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PS exige imediata suspensão da privatização da TAP

PS exige imediata suspensão da privatização da TAP

Carlos ZorrinhoO PS exigiu ao Governo a suspensão imediata do processo de privatização da TAP, devido à falta de transparência por o Executivo ter aprovado o caderno de encargos no mesmo dia em que escolheu o comprador.

O Conselho de Ministros aprovou o caderno de encargos para a privatização da TAP exatamente no mesmo dia em que escolheu o comprador. Há pouca transparência nesta pressa, mas também na ausência de regulamentação pelo Governo da lei das privatizações, tendo em vista a defesa dos interesses estratégicos nacionais”, defendeu Carlos Zorrinho numa conferência de imprensa em que também estiveram presentes os deputados socialistas José Junqueiro e Rui Paulo Figueiredo.

O presidente da bancada do PS sublinhou que os socialistas não têm “nem qualquer suspeita, nem nenhuma afeição especial” em relação ao empresário que está na corrida para a compra da TAP.

Mas “é estranho que este comprador tenha concorrido sem conhecer o caderno de encargos e que outros que podiam ter concorrido acabaram por não o fazer, precisamente, porque desconheciam o caderno de encargos”, acrescentou.

O vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro acentuou que a forma como está a ser conduzido o processo de privatização da TAP pelo Governo “sofre de uma debilidade grave”.

Não podemos ter no mesmo dia um caderno de encargos e, simultaneamente, um comprador único. Isto pode induzir na opinião pública a ideia de que se trata de um concurso com bilhete de identidade. Por isso, o PS fala em falta de transparência”, explicou.

Carlos Zorrinho repudiou a possibilidade de o Conselho de Ministros aprovar já hoje, em termos definitivos, a privatização da TAP: “O PS exige que o processo seja suspenso até que se torne possível uma decisão que defenda os interesses nacionais. Em consequência deste processo, a fragilidade negocial do Governo é total e o encaixe previsto com a privatização é irrisório”.

Para o líder parlamentar do PS, sem que se proceda a uma regulamentação a lei das privatizações, “tal como ficou previsto, qualquer acordo parassocial é facilmente ultrapassado”.

Se dúvidas existissem, basta verificar o que se está a passar como a Cimpor para se concluir como um conjunto de boas intenções rapidamente se transformou num conjunto de ações lesivas para a economia nacional”, reiterou.

Rui Paulo Figueiredo, o coordenador da bancada socialista para as questões de economia, insurgiu-se contra o método seguido pelo Governo em alguns dos processos de privatização: “As negociações particulares não são um bom método para defender o interesse estratégico nacional”.