home

PS está “vigilante” perante ataques concertados entre a direita democrática e a extrema-direita

PS está “vigilante” perante ataques concertados entre a direita democrática e a extrema-direita

Para o Secretário-Geral Adjunto do PS, João Torres, poucas dúvidas subsistem de que a direita democrática e a extrema-direita andam unidas e concertadas, tal como sucede em outros países europeus, no ataque “muito focado, muito orientado e muito manietado ao PS”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

João Torres

De acordo com João Torres, que falava esta terça-feira na apresentação da revista ‘O Jovem Socialista’, da Juventude Socialista (JS), iniciativa que decorreu na Feira do Livro de Lisboa, é tempo de os militantes do partido deixarem de ser ingénuos e de passarem à fase de “alerta e de vigilância” perante os continuados ataques a que o PS e os seus dirigentes têm sido sujeitos nos últimos meses por parte de uma coligação não assumida entre a direita democrática e a extrema-direita.

A linguagem “pouco própria e nada aceitável em democracia” que a direita e a extrema-direita usam para atacar o Governo do PS, evitando sistematicamente, como também assinalou João Torres, apresentar uma única medida política alternativa, não sendo uma estratégia inocente, radica, pelo contrário, num “crescendo retórico” e numa linguagem que não sendo saudável em democracia, como referiu, pretende pôr em causa o “legado e a imagem” não só da atual governação socialista, mas do próprio percurso histórico do PS.

Declarações como as do líder do PSD, que recentemente considerou que o maior problema da política portuguesa é o socialismo, não contribuem, garantidamente, segundo o Secretário-Geral Adjunto do PS, para o saudável debate de ideias, saindo “do plano normal da crítica política e da divergência ideológica”, para entroncar numa narrativa onde se pretende desvalorizar a “história de um partido e o seu presente”, uma dedução que, para João Torres, “deve preocupar os socialistas”.

Esta é, aliás, como também assinalou, uma estratégia que a direita, em conluio com a extrema-direita, tem vindo a perseguir com algum sucesso em alguns Estados-membros da União Europeia, um caminho que João Torres defende que os socialistas não podem olhar como sendo obra de mero acaso ou como um discurso “pouco trabalhado ou sequer pouco sofisticado”, mas antes algo que é pensado para “efetivamente dar má fama ao PS”.

Tendência da globalização

A par deste fenómeno, o Secretário-Geral Adjunto do PS advertiu também para o processo diretamente relacionado com a globalização que, em sua opinião, está a conhecer “alguns retrocessos”, dando o exemplo da invasão da Ucrânia pelo Rússia, um fenómeno que terá de merecer uma “redobrada atenção”, lembrando que, comparativamente com há 20 anos, “atualmente, mais de 70% da população mundial vive em regimes autocráticos”.

Durante alguns anos pensou-se que recorrendo ao modelo económico de preços mais baixos, a par da abertura dos mercados à escala global, seria possível que um maior número de países pudesse receber as “virtudes da democracia”. Uma tendência que vista e observada hoje, como assinalou João Torres, “está a recuar”, referindo aqui o exemplo do conceito da “autonomia estratégica alargada” da União Europeia e do ‘Inflation Reduction Act (IRA) dos Estados Unidos da América, que considerou ser “contrária a esta ideia de comércio livre e aberto”.

Se este fenómeno de desglobalização se vier a alargar ou mesmo a acentuar, como alguns indicadores apontam, isso vai, segundo João Torres, levar a uma “profunda transição” no funcionamento dos mercados, no curto e no médio prazo, com as consequentes e inevitáveis “tensões geopolíticas”, considerando que, perante este cenário, é “absolutamente necessário reforçar a defesa dos valores da democracia”.

ARTIGOS RELACIONADOS