home

PS está a assumir capacidade de diálogo que caberia ao PR

PS está a assumir capacidade de diálogo que caberia ao PR

É a iniciativa do Partido Socialista, “ouvindo e dialogando com todos os partidos, que está a substituir o papel que caberia ao Presidente da República” no novo quadro parlamentar saído das legislativas. António Correia de Campos critica a “demissão” de Cavaco Silva do seu papel e defende que cabe à Assembleia da República e aos partidos nela representados definir as soluções de Governo.
PS está a assumir capacidade de diálogo que caberia ao PR

No programa “As palavras e os atos”, na RTP1, o antigo dirigente e ministro socialista salientou que António Costa está a dar expressão ao compromisso de dialogar com todos os partidos representados no parlamento, à esquerda e à direita, com vista a avaliar as melhores condições de governabilidade para o país. Uma iniciativa, referiu, que contrasta com a demissão do Presidente da República do papel que dele se esperava, tendo-se limitado a receber o atual primeiro-ministro e a “entregar à coligação um encargo atípico”.

“Este novo quadro parlamentar impõe a obrigação de diálogo com todos os partidos e é isso que António Costa está a fazer”, vincou. Lembrou, a este propósito, a coerência do Secretário-geral do PS, ao defender, desde há muito, que não há “um arco de governo” que exclua qualquer dos partidos com expressão parlamentar.

Correia de Campos afirmou não se perceber que a coligação de direita não tenha dado conta de que perdeu 12 pontos percentuais e a maioria, registando a segunda pior votação de sempre, considerando, por outro lado, que “não se pode afastar da vida política um milhão de portugueses” que votaram em partidos à esquerda do PS, “como se não tivessem significado”. Uma linguagem,criticou, que tem sido utilizada por alguns dirigentes dos partidos da direita e que “não é aceitável em democracia”.

O antigo ministro defendeu ainda que é possível virar a página da austeridade, mas que tal só será possível com um governo que esteja disponível para se afirmar em Bruxelas, no quadro europeu. “Ter dignidade”, explicitou, “é o mínimo que se impõe a quem representa o país”.