PS espera consenso contra eventuais sanções ao país
Falando no final da conferência de líderes parlamentares, Carlos César sublinhou a importância para o país de uma proposta da Assembleia da República que exprima de forma consensual “o sentimento de todos os partidos de condenação da eventual imposição de sanções”, em função do valor do défice orçamental de Portugal no ano de 2015, reforçando que tal posição por parte da Comissão Europeia seria “injusta” e “contraproducente”.
O líder parlamentar do PS afirmou que uma iniciativa que aproxime posições “tem possibilidades de ter sucesso e de os partidos considerarem a sua aprovação”, afirmou, ressalvando que “não deve estar nem pode estar em causa a avaliação que cada partido faz da governação anterior e da atual”.
“O essencial é que seria injusto e seria contraproducente que Portugal fosse objeto de sanções quando todos nós estamos envolvidos num esforço de consolidação orçamental”, sustentou.
Por sua vez, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, comunicou aos grupos parlamentares que aguardará até ao final do dia de hoje por um texto comum sobre a matéria, considerando também que seria desejável uma redação consensual, independentemente da forma – voto de condenação ou projeto de resolução – de que a mesma se revestisse.
No texto que o PS propôs para apreciação, eventuais alterações e subscrição conjunta pelos restantes grupos parlamentares, é defendido que “a aplicação de sanções teria um efeito económico, orçamental e reputacional muito negativo na economia, no investimento, no emprego e, portanto, nas próprias finanças públicas de Portugal, e não teria qualquer efeito positivo, uma vez que o país já está comprometido com uma trajetória de redução do défice orçamental”.
O texto socialista convoca ainda todos os partidos com assento parlamentar “para que juntem a sua voz à do Presidente da República, do Presidente da Assembleia da República e do Governo de Portugal em considerar injusta, incompreensível e contraproducente a eventual decisão da Comissão Europeia de propor sanções ao país”, ao encontro do apelo que tinha sido já enunciado por António Costa, durante o Congresso do PS, no passado fim de semana.
“Acho que daríamos todos um excelente exemplo de acompanhar o Presidente da República e o Presidente da Assembleia da República para que seja possível aprovar por unanimidade uma resolução contra a aplicação de sanções a Portugal”, defendeu então o primeiro-ministro e líder socialista.