Falando aos jornalistas na sede nacional do Largo do Rato, no final da reunião da Comissão Política Nacional do partido que culminou com a aprovação por unanimidade da proposta apresentada por Pedro Nuno Santos, o Presidente do PS considerou ter sido aquela “uma noite muito importante também para a democracia portuguesa”.
Esta Comissão foi, também, observou César, “uma manifestação de grande unidade do PS”, apesar da dificuldade da decisão avançada.
“Se nos pergunta: Custa-nos viabilizar este orçamento? Claro que nos custa. Nós não gostamos deste orçamento, nós não confiamos neste Governo, mas nós entendemos que primeiro está o país”, explicou, apontando que “não pode haver uma situação de paralisia na administração” de Portugal, mesmo quando os socialistas não confiam na condução da governação da AD.
Segundo o Presidente socialista, “perante a situação de grande fragilidade que o país atravessa, com a conjuntura externa com riscos que não são de menosprezar, a melhor atitude seria a de evitar que houvesse uma paralisação da administração no país”.
Depois, enfatizou a unanimidade alcançada em torno da proposta apresentada pelo Secretário-Geral do PS.
Socialistas não afetarão saldo orçamental
Já a propósito da estratégia socialista para o debate na especialidade do OE2025, o Presidente do PS recordou declarações recentes de Pedro Nuno Santos segundo as quais, nessa fase da discussão do OE 2025, o PS “não contribuirá para qualquer alteração do saldo orçamental que foi apontado pelo Governo”.
“O PS naturalmente que não poderá votar a favor aquilo que toda a gente sabe que é contra, mas o seu compromisso na especialidade do orçamento é não afetar o saldo orçamental. Decidirá caso a caso, conforme as circunstâncias, aquilo que irá fazer, sem qualquer dramatismo e sem ter a ambição de fazer com que este orçamento seja o seu orçamento porque definitivamente não é”, clarificou Carlos César.
E fez ainda notar que o PS “é o maior e o melhor” partido da oposição, adiantando que os socialistas farão “uma explicação muito clara aos portugueses daquilo que entende que devia ser feito e que não está a ser feito”, com propostas para aquilo que “é o melhor” para Portugal.
Ao concluir a declaração, César lamentou que o Governo de Luís Montenegro teime em fazer “anúncios sobre o que já foi anunciado” e também “dezenas e dezenas de inaugurações de obras que não planeou e que não fez”.