Discursando no 19º Congresso Regional do PS/Açores, que decorreu no Teatro Micaelense, o líder socialista respondeu diretamente às declarações do primeiro-ministro e líder do PSD, sublinhando que “radicalismo e intransigência” é insistir nas duas únicas propostas orçamentais que o PS já deixou claro que não aceitará – o IRS Jovem e a redução do IRC.
Pedro Nuno Santos reiterou as críticas a estas duas medidas orçamentais, considerando ser uma “fantasia” acreditar, relativamente à primeira, que será assim que o país “irá reter jovens talentos”. “A maioria dos jovens vai beneficiar zero do IRS Jovem”, assinalou.
Já em relação à redução do IRC, o líder socialista defendeu que a medida só faria sentido se destinada às empresas que dão um “bom destino aos lucros” por via da “valorização salarial”, e não de “forma transversal e sem critério”.
“Qual é a cedência do PS, perguntam vários. A cedência do PS é viabilizar um Orçamento do Estado (OE) que não é seu. É viabilizar um OE que vai ser desenhado pelo PSD de uma ponta à outra. Não estamos a interferir nas medidas para a saúde, educação, agricultura, para economia ou defesa. Só dissemos que não queremos duas medidas em centenas de páginas”, apontou.
O que não se pode pedir ao Partido Socialista, vincou Pedro Nuno Santos, é que viabilize “sem mais” o Orçamento, abdicando das suas convicções e do seu compromisso perante o país.
“Prefiro defender as nossas convicções e aquilo que achamos que é o melhor para o país do que abdicar das nossas convicções para evitar eleições com medo de as perder”, afirmou, numa garantia “clara e frontal”, sendo muito aplaudido.
Pedro Nuno Santos avisou também que se desenganem os que contam que o PS esteja disponível para se anular. “O PS anular-se como alternativa política ao PSD, esse sim é o melhor contributo para o Chega e para degradarmos a democracia portuguesa”, vincou, sublinhando que o “tempo da tática política acabou”.
“O voto dos portugueses tem de ser respeitado”, garantiu o Secretário-Geral do PS.
Mensagem de força a Francisco César
Na sua intervenção, na qual teceu fortes críticas ao executivo da direita também nos Açores, onde a governação está “sem rumo” e onde se sucedem os episódios de “incompetência” e “insensibilidade social”, Pedro Nuno Santos dirigiu uma palavra de amizade e de elogio ao novo líder socialista açoriano.
“O Francisco César é um amigo que sempre defendeu e representou os Açores de forma impressionante”, sublinhou.