Falando aos jornalistas à margem de um encontro de pré-campanha para as legislativas, em Elvas, distrito de Portalegre, o líder do PS insistiu que a crise política que originou as eleições antecipadas foi “inoportuna” para o momento que Portugal enfrenta e, quem a provocou, revelou “uma grande irresponsabilidade”.
“A resposta a essa crise política é só uma: É garantir estabilidade para os próximos quatro anos e quem está em condições de o fazer é o PS”, sublinhou, realçando que “é fundamental” o voto nos socialistas para “garantir que isso aconteça”.
O Secretário-geral do PS e também primeiro-ministro lamentou ainda que a crise política tenha sido aberta “no meio de uma pandemia” e “num momento em que era fundamental o país estar 100% concentrado na recuperação e no progresso”.
Desafiado pelos jornalistas a fazer um balanço dos debates televisivos com os adversários políticos, o líder dos socialistas disse que começou esta fase de pré-campanha “com toda a determinação e energia”.
“Esta semana só reforçou a minha determinação e energia e a convicção de que é possível ter uma maioria”, acrescentou.
Instado a comentar as sondagens de intenção de voto que colocam o PS perto de uma maioria, António Costa manifestou a sua convicção de que essa indicação “corresponda ao sentimento que as pessoas têm”, mas centrou a mensagem no apelo ao voto: o que “conta é mesmo a do dia das eleições”.
Procurar as “melhores soluções” para todos poderem votar
O também líder do Governo revelou, ainda, aos jornalistas que o executivo está a consultar os partidos políticos no sentido de se encontrarem “as melhores soluções” para que, apesar dos constrangimentos provocados pelas circunstâncias da pandemia, o “maior número de pessoas possa votar” nas próximas legislativas.
António Costa realçou que as soluções a adotar para estes casos [de cidadãos em situação de isolamento] terão de ter em conta as normas, notando que “a lei limita os horários e várias das possibilidades que têm sido aventadas”.
“Não podendo haver alteração da lei, temos que, dentro do quadro da lei, encontrar as melhores soluções para garantir o fundamental, que o maior número de pessoas possa votar”, insistiu.
Por outro lado, António Costa frisou que o atual número de casos de Covid-19 demonstra que “o risco que era previsto no início da semana passada tem vindo a minorar”, esperando que “a reabertura com cautela, na segunda-feira, não prejudique esta evolução”.
O líder socialista lembrou ainda a nova norma publicada recentemente pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que determina que as pessoas com dose de reforço da vacina ficam isentas de isolamento e que só há isolamento no caso de um contacto de risco com um coabitante, “diminui muito significativamente o número de pessoas que estarão isoladas sem ameaçar a segurança de quem vai votar”.
Investimento no interior fronteiriço
António Costa, que antes visitou a fábrica Selenis, em Portalegre, falava ao lado do cabeça de lista do PS por este círculo eleitoral, Ricardo Pinheiro, do autarca de Elvas, Rondão Almeida, e do empresário Rui Nabeiro, tendo destacado, na sua intervenção, os investimentos públicos que estão em curso no distrito de Portalegre, como o da Barragem do Pisão ou a construção da ligação ferroviária entre Sines e Espanha.
“Toda esta faixa próxima da fronteira, que nos habituamos a tratar como interior, tem um enorme potencial e nós temos que saber aproveitá-lo, se queremos crescer mais do que no passado”, afirmou.