PS é a alternativa a uma solução governativa esgotada
No final da reunião entre as delegações do PS e do CDS, que se realizou na sede dos centristas, António Costa fez questão de vincar a sua tese, segundo a qual, nas próximas eleições, “a alternativa que se coloca é entre a frente PSD/CDS e o PS”.
O secretário-geral do PS defendeu que, na sequência do fim do programa de ajustamento em maio no ano passado, é agora altura de “o país virar esta página, a solução governativa está esgotada e temos um Governo que o único programa que tinha era o programa da ‘troika'. Agora que esse programa acabou, nada tem a propor ao país”.
Na sede do CDS, António Costa esteve acompanhado pelo seu líder parlamentar, Ferro Rodrigues, e pelo dirigente socialista Porfírio Silva, enquanto a delegação do CDS foi constituída, para além de Paulo Portas, pelo primeiro vice-presidente do partido, Nuno Melo, e pelo líder da bancada centrista, Nuno Magalhães.
“Foi uma conversa agradável, não há pontos de convergência. O CDS e o PSD são as duas faces da mesma moeda da política seguida pelo Governo. Admito que haja alguns arrufos [dentro da coligação], mas nessas matérias não me meto”, declarou o secretário-geral do PS, após questionado sobre um eventual entendimento com os democratas-cristãos.
“A democracia é por natureza o regime do compromisso e é necessário que ninguém seja excluído do diálogo político, mas é também essencial não confundir o diálogo político com a criação de condições de governabilidade, que passam pela existência de uma maioria. É por esse objetivo que o PS se bate. Os portugueses terão a oportunidade de decidir como será formado o próximo Governo”, respondeu o líder socialista.
António Costa fez depois questão de insistir na ideia de que o PS “não confunde maioria com autossuficiência”.
“Mesmo havendo maioria absoluta, o diálogo político é essencial, sendo necessário alargá-lo e dinamizá-lo em Portugal”, sustentou.
Apesar da defesa do diálogo político, Costa afastou qualquer entendimento global com o partido de Paulo Portas antes das próximas eleições legislativas.
“O que está em cima da mesa é uma opção que os portugueses terão de fazer entre a persecução das atuais políticas pela atual maioria, ou pelos partidos da atual maioria, e a construção de uma alternativa a partir do PS. Não há nada pior para a democracia do que a ideia de que não há alternativas”, declarou.