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PS diz que descida da TSU é segundo episódio de folhetim PSD

PS diz que descida da TSU é segundo episódio de folhetim PSD

O PS considerou hoje que a possibilidade admitida pelo Governo de reduzir a Taxa Social Única (TSU) representa “o segundo capítulo de um folhetim” e advertiu que só tomará posição face a propostas concretas do Executivo.

Durante uma conferência de imprensa realizada na Sede Nacional do Partido Socialista, Eurico Brilhante Dias afirmou: “Na campanha eleitoral [das legislativas de 2011, para o PSD], a TSU era a mãe de todas as reformas e a mãe de todas as soluções para a competitividade da economia portuguesa, mas depois foi abandonada, primeiro pela meia hora [suplementar de trabalho]. Depois, a meia hora foi abandonada por uma solução de cortes nos feriados e de redução dos dias de férias”.

Segundo o secretário nacional socialista, o Governo reapresenta a questão da TSU “após ter estabelecido um consenso com os parceiros sociais em concertação social”.

“Por iniciativa do PS há uma medida que continua em vigor de isenção da TSU durante 36 meses para quem contratar jovens à procura do primeiro emprego e para desempregados de longa duração. Essa medida está em vigor e gostaríamos de saber qual o nível de eficácia dessa medida”, contrapôs.

Em resposta ao ministro das Finanças, Eurico Brilhante Dias foi cauteloso: “Só perante propostas concretas nós tomaremos a nossa posição”.

Sobre as entidades internacionais que elogiam o comportamento do país a nível económico, o dirigente do PS afirmou que “essas entidades internacionais são as mesmas que apresentam para a economia portuguesa perspetivas de evolução dos indicadores económicos ainda mais negativas do que as apresentadas pelo Governo. Essas instituições financeiras que elogiam a performance do programa de assistência financeira, elogiam a execução do programa, mas depois apresentam perspetivas de evolução ainda mais críticas do que o cenário macroeconómico do Governo”.

Para o membro do Secretariado Nacional do PS, nunca se poderá esperar que este partido “considere o desemprego e a taxa de desemprego um indicador de somenos importância na aplicação do memorando”.

“Sem dúvida que o país precisa de um ajustamento económico e financeiro”, em que “a evolução do consumo privado e do investimento seria sempre negativa. Temos agora uma súmula de medidas austeridade excessiva, com efeito cumulativo, que faz com que o empobrecimento do país seja mais acelerado e mais profundo do que seria de esperar”, sustentou.

Eurico Brilhante Dias referiu que a correção dos desequilíbrios externos “está a ser feita apenas em função do empobrecimento das famílias e da redução do investimento, quando o investimento é a capacidade instalada para gerar mais riqueza e mais emprego”.

“Com certeza que haveria sempre uma correção do lado da procura interna, mas a correção que está a ser feita vai muito para além do que era necessário e do que estava contratualizado”, acrescentou.