PS deve “manter a relação política” com parceiros parlamentares à sua esquerda
O XXII Congresso Nacional do Partido Socialista terá hoje à tarde início, na Batalha, pelas 19:30, com uma homenagem ao fundador e primeiro líder do PS e antigo Presidente da República, Mário Soares, cerimónia à qual se seguirá a primeira das duas intervenções de fundo do Secretário-geral, António Costa, neste Congresso.
O líder socialista vai reafirmar o que já antes tinha defendido, nomeadamente, numa sessão na FAUL, quando aconselhou os militantes socialistas, na apresentação da sua moção de orientação política “Geração 230/30”, a concentrarem-se no debate das questões do futuro e não em factos do presente ou do passado, tendo ainda, na ocasião, garantido que o partido vai manter a aposta na relação política com os seus parceiros parlamentares, BE, PCP e PEV.
Uma tese que foi também já defendida nas últimas semanas pelos dirigentes Pedro Nuno Santos e Augusto Santos Silva (ver texto deste último no ASD de ontem), tendo ambos admitido, inclusivamente, que, mesmo num cenário de maioria absoluta do PS nas próximas legislativas de 2019, os socialistas devem continuar a encontrar os necessários entendimentos de Governo com os partidos à sua esquerda, reconhecendo, contudo, que desta vez terá de haver “um novo programa de objetivos comuns”.
Quatro desafios
O que já se sabe desde há alguns meses é que o Secretário-geral, sustentado na sua moção de orientação política, “Geração 20/30”, que vai apresentar ao Congresso, propõe concentrar o partido nos próximos anos em torno de quatro desafios que António Costa considera fundamentais e “estruturais”, tendo em vista o futuro do país: alterações climáticas, combate às desigualdades, demografia e sociedade digital.
Quatro temas que o líder socialista quer juntar a outras medidas, como ao aumento sustentado dos vencimentos e do salário mínimo, a par de uma política de atração de imigrantes, capaz de ajudar a minimizar, como defende António Costa, a presente “crise demográfica” com que o país se confronta.
Quando à definição dos programas com que o PS se vai apresentar nas eleições europeias e legislativas, ambas a terem lugar no próximo ano, o Secretário-geral socialista defende que a estratégia a adotar deve ser remetida para duas futuras convenções nacionais a realizar em 2019, antes desse atos eleitorais.