PS destaca “porta escancarada” do Governo para o diálogo “profícuo” com setor do turismo
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Carlos Pereira sublinhou na quarta-feira, no Parlamento, que o diálogo entre o Governo e o setor do turismo “tem sido profícuo”, o que permite discutir os problemas que têm surgido durante a crise pandémica, e frisou que “um desconfinamento bem programado e responsável” é a melhor medida de apoio.
Recordando que “tem sido habitual” ouvir “muitas críticas – e apenas críticas” – à atuação do Executivo, “ignorando o esforço colossal que o Estado tem feito no sentido de dar uma resposta o mais eficaz possível à crise que vivemos”, Carlos Pereira começou por destacar “o grande sentido de responsabilidade” das intervenções da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) durante a audição conjunta da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação com a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social, no Parlamento, que não tiveram “hesitação nem nenhum complexo em sublinhar aspetos e mecanismos que estão a correr bem no combate à pandemia”.
O Grupo Parlamentar do PS, que tem acompanhado de muito perto estas matérias, fica satisfeito por “saber que algumas ações que temos feito têm tido o efeito desejado”, garantiu o deputado, que asseverou que ficou claro nas audições desta manhã que “o diálogo entre o Governo e as respetivas associações tem sido profícuo”.
“Tem havido uma porta aberta – eu diria mesmo escancarada – do Governo para o diálogo permanente para discutir as soluções e os problemas que habitualmente estão a surgir”, vincou.
O deputado do PS defendeu depois que “um desconfinamento bem programado e responsável”, tal como está a ser feito, é “a melhor medida de apoio para o setor”.
Carlos Pereira admitiu que existe a “consciência” de que “o Governo não tem sido capaz, em determinada altura, de acomodar todas as questões”. “Tem havido um esforço grande, mas há sempre restrições que impedem que todas as questões sejam acomodadas”, explicou o vice-presidente da bancada socialista, que referiu que “o setor do turismo tem sido muito fustigado pela crise pandémica”.
Portugal é um país muito exposto ao turismo
“A natureza desta crise diminui, de forma substancial, os movimentos turísticos e a mobilidade das pessoas”, o que afeta de forma severa Portugal, que é “um país muito exposto ao setor do turismo”, mencionou.
Para Carlos Pereira, “isso ficou muito expresso, por exemplo, no trabalho extraordinário que a AHRESP faz, e que já fazia antes da pandemia, no sentido de analisar e compreender o que tem acontecido, por exemplo, com a restauração”. Também este setor tem sido muito afetado e, por isso, o Governo e o Partido Socialista têm “tentado, com todo o esforço e com todos os meios disponíveis, combater” as dificuldades.
O socialista exemplificou com o Programa Apoiar, que, “desde o seu início, já entregou mais de 700 milhões de euros a fundo perdido, sendo que mais de 500 milhões de euros foi ao setor da restauração. Isto revela, precisamente, não só a dimensão das dificuldades que o setor da restauração tem, mas ao mesmo tempo as preocupações que o Governo tem tido”.
Apoios sociais têm sido determinantes para a manutenção do mercado
“O Grupo Parlamentar do Partido Socialista tem consciência que esta crise exige um combate sanitário, e isso parece muito relevante para as diferentes associações”, sendo “óbvio que o que todos os empresários querem é retomar a sua atividade – e esse combate tem de ser eficaz e produtivo”, apontou Carlos Pereira, que destacou em seguida as medidas de apoio à economia.
Por um lado, existe o “apoio direto às empresas, e, por outro lado, o apoio ao emprego”, esclareceu o parlamentar, considerando este último “muito importante” por atuar quer no apoio às empresas diretamente, quer no lay-off para o emprego, quer nos apoios sociais.
“Os apoios sociais que têm sido implementados são determinantes para a manutenção da atividade económica e para a manutenção do mercado, e eles não são despicientes e foram extraordinários nos últimos tempos”, concluiu.