Pedro do Carmo começou por assinalar, no segundo dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado, que, “por responsabilidade da crise política criada em 2021, a colheita orçamental para 2022 não pôde ser concretizada no tempo certo”, o que levou a um “pousio eleitoral” que adiou as dinâmicas de resposta ao contexto de emergência provocado pela pandemia no setor agrícola e das pescas.
“A pandemia sublinhou a importância da produção nacional, da agricultura e das pescas, como uma oportunidade”, apontou o deputado, observando que “a perceção muito urbana do mundo rural como fardo esvaiu-se na prontidão com que as mulheres e os homens que trabalham na agricultura e nas pescas disseram presente onde outros se ausentaram”.
Ciente de que “há maior consciência nacional da importância do mundo rural”, o parlamentar do PS defendeu a necessidade de “continuar a construir soluções que respondam a três grandes desafios: os problemas de sempre, os impactos da pandemia e da guerra ditada pela invasão da Ucrânia pela Federação Russa e as novas e futuras realidades, riscos e oportunidades, em que pontuam as alterações climáticas”.
“Sendo uma colheita tardia no tempo, acaba por ser o resultado de uma sementeira de equilíbrios, entre os pilares tradicionais e o esforço de inovação, para reforçar o posicionamento no mercado interno e para as exportações”, sustentou, sublinhando ser esse o sentido das medidas que visam “mitigar o choque geopolítico”, “potenciar o desenvolvimento rural” e “ampliar um regadio eficiente e sustentável”.
Pedro do Carmo apontou que essas medidas têm ainda o objetivo de “inovar, garantindo segurança alimentar, sanidade animal e fitossanitária”, “valorizar a agricultura familiar e os pequenos produtores”, assim como “apoiar a pesca e a aquicultura e reforçar o acesso e o consumo sustentável”.
“Mesmo para uma colheita tardia, para um tempo em que a maior consciência nacional se volta a cruzar com um quadro de emergência, é preciso muito trabalho, muita determinação, vontades e recursos”, advertiu, defendendo que “quem trata de assegurar os bens para a nossa alimentação como comunidade tem de ser cada vez mais visto e assumido como parte da solução e nunca como um problema ou fardo”.
“O mundo rural e as pescas são oportunidades”, rematou o deputado.