PS desafia TAP a corrigir plano que “lesa interesse nacional”
Em conferência de imprensa, na sede nacional do PS, José Luís Carneiro defendeu que “decidir reduzir o número de voos e de destinos, colocando em causa pontos de partida e pontos de chegada relevantes para a economia nacional” pode colocar em risco os objetivos estratégicos definidos para a companhia de bandeira do Estado português.
“Para o continuar a ser, a TAP tem de estar alinhada com o interesse estratégico do Estado português. Este anúncio da comissão executiva coloca em causa esse objetivo estratégico e o suporte da decisão política de o Estado ter uma parceria com esta companhia logo que assumiu funções”, afirmou.
“O PS interpela a TAP a corrigir o plano de rotas aéreas tornado público, tendo em vista corresponder aos legítimos interesses nacionais e regionais em apreço”, desafiou.
“A TAP, se recorre aos apoios públicos, tem de estar alinhada com os interesses do Estado português”, sublinhou.
“O setor do turismo é vital na estratégia de recuperação da economia. E a TAP um instrumento de primeira ordem. Ora, se os portugueses estão a ser chamados a assumirem maiores responsabilidades financeiras na companhia aérea, apenas o poderão fazer se a companhia assumir a sua condição de elemento estratégico do País, útil a todo o território nacional”, sublinhou José Luís Carneiro.
“A TAP serve a economia nacional, a unidade do País, o desenvolvimento regional e a coesão; a diáspora portuguesa em todos os continentes; a inserção de Portugal nas rotas aéreas globais; é um fator relevante na soberania do País, como se pôde ver nos serviços prestados à comunidade nacional por altura do pico epidémico no transporte de meios de saúde a partir do continente asiático para Portugal”, acrescentou.
O Secretário-geral adjunto do PS adiantou que, a 7 de maio, a TAP foi interpelada sobre as hipóteses de redução do número de voos e de destinos. “Foi-nos garantido que não se previam alterações de significado e hoje a Comissão Executiva da empresa comunicou a redução de voos e destinos. O que significa colocar em causa todos os valores acima referidos”, afiançou o dirigente.
Questionado sobre o futuro da TAP, José Luís Carneiro remeteu essa análise para o Governo e preferiu instar a companhia a corrigir a decisão de “redução de voos e destinos”.
Grupo Parlamentar quer ouvir presidente da TAP com urgência
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista entregou, entretanto, no Parlamento, um pedido de audição urgente do presidente da TAP, Miguel Frasquilho, para explicar a desproporção entre as rotas com origem no aeroporto de Lisboa e no aeroporto do Porto.
O pedido para ouvir o presidente da transportadora aérea portuguesa, “com caráter de urgência”, na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, surge para, “de alguma forma, explicar as decisões anunciadas pela Comissão Executiva da TAP”, revelou o vice-presidente da bancada do PS Carlos Pereira, em declarações aos jornalistas.
Os socialistas querem ver esclarecida a “desproporção grande” entre os voos que partem do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. “É uma audição que nos parece absolutamente essencial para compreendermos os critérios e, enfim, os motivos que levaram à apresentação deste plano de rotas que foi anunciado” na segunda-feira, referiu o deputado.
Para Carlos Pereira, é necessário “assegurar meios para a TAP continuar a fazer aquilo que é importante fazer, que é garantir não só a mobilidade dos cidadãos portugueses”, mas também a “coesão do país”, até porque há “regiões que também precisam do turismo” para recuperarem da crise económica decorrente da pandemia, “como é o caso da região norte”.