PS desafia Governo a rever posição sobre BCE

O PS exortou hoje o Executivo a “rever a sua posição” e a defender um reforço do papel do Banco Central Europeu (BCE) através da compra direta de dívida pública, o que “beneficiaria imediatamente” a situação do país.

“O PSD que convoque os Conselhos Nacionais que necessitar, o Governo que marque os Conselhos de Ministros que precisar, mas que reveja a sua posição e apoie as propostas do PS nesta matéria, o PS dá uma terceira oportunidade ao Governo para rever a sua posição e para apoiar claramente o reforço da intervenção do BCE”, afirmou o secretário nacional João Ribeiro, após o conhecimento da posição do Presidente da República.

João Ribeiro relembrou que “há mais de um ano que o PS defende uma maior intervenção do BCE, precisamente para resolver a crise na Zona Euro” e que “sempre que essa posição foi a votos na Assembleia da República, tanto o PSD como o CDS votaram contra, obstaculizando o tradicional consenso europeu”.

“Tanto quanto sabemos, o Governo nunca defendeu esse reforço num Conselho Europeu, trocou aliás o interesse nacional por um certo seguidismo das posições da senhora Merkel, nós não conhecemos uma única contribuição do Governo português para que haja um forte entendimento europeu que permita dar conforto ao BCE para agir”, criticou.

O secretário nacional socialista sublinhou que existe hoje “um consenso muito alargado sobre a necessidade do BCE reforçar a sua intervenção nos mercados, precisamente para ajudar a resolver a crise na Zona Euro” e que “um país como o nosso, em assistência e que se confronta com taxas de juro altíssimas nos mercados”, beneficiaria “diretamente e imediatamente com essa solução”.

“O que se pretende e defende é que o BCE possa agir, o último Conselho Europeu já apontou nesse sentido, mas nesta, como noutras matérias, o Governo tem estado de braços caídos, o atual momento da crise da Zona Euro exige precisamente que o BCE possa agir comprando dívida pública”, afirmou.

Para o dirigente do PS, “mais do que se pronunciar” sobre a posição hoje manifestada pelo chefe de Estado na rede social “Facebook”, o Governo “deve rever a sua posição”.

“Só vale a pena pronunciar-se se for para anunciar que alterou a sua posição, porque nós já sabemos a posição do Governo, quer quando o Governo fala, quer quando a senhora Merkel fala, porque é a mesma posição”, ironizou.