PS defende rigor com esperança, desenvolvimento e dignidade
Neste debate, que acabou por ficar centrado no cenário macroeconómico avançado esta semana pelo PS, o deputado Vieira da Silva defendeu que o “défice social de desemprego não pode ser compatível com excedente orçamental” como a maioria de direita quer, razão pela qual apelou a que este caminho do PSD seja “abandonado a bem do futuro de todos nós”.
Antes, disse ser este “um momento de avaliação de um trajeto e de uma opção política” que foi a do atual Governo.
“Uma política que respondeu a uma crise com o seu agravamento”, denunciou, lembrando que a atuação do Executivo Passos/Portas saldou-se no recuo do PIB em mais de dez anos, do emprego em mais de 15 e do investimento num quarto de século.
E para mostrar “a dimensão do falhanço e da falta de credibilidade” da direita no poder, Vieira da Silva sublinhou que “o Governo afirma que o ajustamento foi um êxito, mas em variáveis fundamentais, os objetivos que agora define para 2019 estão aquém do que, há quatro anos, apontava como meta para o ano que agora vivemos”.
“O Governo não assume o falhanço, mas os números que agora apresenta são a sua confissão”, frisou, questionando como pode um Executivo pedir novamente a confiança dos portugueses para ter uma segunda oportunidade de alcançar os mesmos objetivos que falhara, com a mesma receita que já falhou.
Para Vieira da Silva, o que está em causa não é coerência, mas o “desespero político de quem apresenta como qualidade maior a teimosia”.
Portugal, contrapôs, “exige um outro caminho e uma outra política”, baseados na confiança nas capacidades do país, das empresas, na recuperação dos rendimentos das famílias, nas políticas públicas de redução de pobreza, na estabilidade da administração pública e na capacidade de defender o Estado Social.
Referindo-se ao cenário macroeconómico dos economistas convidados pelo PS no qual também participou como “um exercício de transparência e credibilidade, inovador e sério”, Vieira da Silva recordou também que “são estes os caminhos que o PS propõe”, numa simulação de “políticas económicas alternativas, que, com coragem, decidiu levar a cabo”.
A concluir, insistiu na possibilidade de um “caminho diferente” e vincou não haver “políticas obrigatórias e sem alternativa” como o Executivo pretende fazer crer.
Governo revela fraqueza
Depois, o líder da bancada socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, evidenciou na intervenção de Paulo Portas claros sinais da fraqueza e da incapacidade do Executivo para defender as propostas que inclui no Programa de Estabilidade.
“Estarem a falar de 2011 é um sinal enorme de fraqueza”, declarou, apontando que “o senhor vice-primeiro-ministro veio ao Parlamento, não para defender o Governo, mas para atacar o PS, por isso muito obrigado”.
O presidente do GPPS, já na reta final do debate, não deixou de lembrar que o país vive “uma situação de emergência em termos de desemprego, emigração e investimento”, para a qual “o PS tem um modelo e o Governo não tem modelo absolutamente nenhum”.
Neste sentido, o deputado João Galamba criticou o facto de o Governo se ter “esquecido” de incluir no Programa de Estabilidade alguns dados, como os dados atualizados da taxa de desemprego que, destacou, “tem estado a aumentar desde o final do Verão”.
Já Eduardo Cabrita falou no “plano bizarro” do Executivo, e citou um relatório da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), onde a projeção de crescimento “faz com que o PIB em 2015 fique ao nível do PIB em 2001″.
“É este o resultado de quatro anos do atual Governo. Como é que pode com esta serenidade congratular-se com um programa que coloca a economia ao nível de 2008, antes da implosão da crise financeira?”, disse o deputado do PS, criticando de seguida o Executivo Passos/Portas pela “politiquice e partidarice” com que tem agido e também ao ter ignorado as propostas do PS.