Admitindo que o “Partido Socialista assiste com muita preocupação aos incidentes que ocorreram durante a noite passada e já durante o dia de ontem”, com autocarros, automóveis e caixotes do lixo queimados após a morte do cidadão Odair Moniz, que foi baleado por um agente da PSP, e lamentando a morte de um cidadão, Alexandra Leitão vincou que “é preciso apurar todas as circunstâncias que rodearam essa morte”.
É igualmente necessário “investigar e responsabilizar aqueles que intervieram em situações como os incêndios dos autocarros”, defendeu a líder parlamentar do PS, apelando à “calma e pacificação para que se possa resolver os problemas de forma correta e sem tensões exageradas”.
Alexandra Leitão recordou o projeto dos Bairros Saudáveis, lançado pelo anterior Governo, mas que “foi descontinuado” pelo atual Executivo. E alertou para a necessidade de se dar continuidade a esse “trabalho de integração e inclusão”, um trabalho multidisciplinar nos bairros que tem de “andar a par” com o trabalho policial. “É isso que os incidentes da última noite nos dizem que não está a acontecer”, referiu.
“Não podemos confundir quem está envolvido nestes incidentes com as pessoas que vivem nestes bairros, que merecem a nossa atenção e merecem um trabalho específico”, frisou.
Silêncio do primeiro-ministro é significativo
A presidente do Grupo Parlamentar do PS estranhou depois “o facto de o Governo ainda não ter nomeado a liderança do Sistema de Segurança Interna”, que está com um secretário-geral interino.
Alexandra Leitão notou também que “não houve ainda uma palavra do senhor primeiro-ministro, que aliás nos tem habituado muitas vezes a não falar sobre os mais diversos assuntos e a resguardar-se num silêncio, que também é significativo”.
“Deve haver mais coordenação, mais explicação”, destacou a presidente da bancada do PS, salientando que esta situação “cria alarme social e insegurança”.
Ora, “o Governo deve vir dar uma palavra às pessoas de pacificação, de acalmia, de que o trabalho está a ser feito para exatamente evitar esse alarme social”, insistiu.