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PS defende que se deve continuar a avançar num cada vez maior uso eficiente da água

PS defende que se deve continuar a avançar num cada vez maior uso eficiente da água

O deputado do Partido Socialista Pedro do Carmo defendeu hoje, no Parlamento, que “para superar a seca temos de aumentar a nossa capacidade de armazenamento, aproveitando toda a água da chuva”, e alertou que é “urgente” uma resposta da Europa, já que se trata de “um problema de toda a União Europeia”.

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Pedro do Carmo

“Fica evidente que as alterações climáticas estão a fazer-se sentir e a ter como consequência um agravamento da seca e da desertificação, maioritariamente no interior do país, nomeadamente no território alentejano”, mencionou o socialista no debate da Comissão Permanente sobre a situação de seca em Portugal, com a presença da ministra da Agricultura e do ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Pedro do Carmo evidenciou que estamos a viver um “momento de emergência, pois grande parte das culturas de inverno estão perdidas” e “não há pastagens para alimentar os animais”. “Acresce a esta grave situação de seca a crise que já se fazia sentir com o aumento dos fatores de produção, como por exemplo os fertilizantes, e, agora, esta estúpida e criminosa guerra na Ucrânia”, referiu.

Para o deputado do PS, é essencial, em primeiro lugar, “reconhecer e replicar os bons exemplos”, como o do Alqueva, que é um modelo “de como fazer frente à desertificação e permitir uma agricultura altamente produtiva”.

“A grande barragem do Alqueva produz energia e disponibiliza água para a agricultura e consumo humano”, clarificou o parlamentar, acrescentando que “devemos replicar este modelo noutras regiões do país, complementando, assim, o Plano Nacional de Regadios”.

Pedro do Carmo defendeu em seguida que só existe uma forma de aproveitar a “pouca água que chove”: “Retê-la em charcas e barragens”. E advertiu que o caminho não é culpar a agricultura, uma vez que “a agricultura é alimentação, é sustentabilidade, é vida, é ecologia, é fixação de pessoas no território”.

“Só podemos evitar, de forma eficaz, a seca com uma agricultura sustentável e com agricultores motivados, porque não é solução deixar de produzir para justificar a redução dos consumos de água para, em seguida, importar esses mesmos produtos de outra região do mundo, criando a ilusão de que o problema deixou de existir”, avisou.

O deputado do Partido Socialista asseverou que “a agricultura tem sabido evoluir no uso eficiente da água” e explicou porquê: “Cada vez temos um maior índice tecnológico, com instrumentos de precisão inovadores, implementando novas variedades, demonstrando que estamos a utilizar mais eficazmente a água disponível”.

“Em suma, para superar a seca temos de aumentar a nossa capacidade de armazenamento, aproveitando toda a água da chuva quando esta ocorre, para disponibilizarmos nos períodos de seca”, frisou.

Por fim, Pedro do Carmo alertou que “é urgente uma resposta da Europa para com os países do sul, nomeadamente da Península Ibérica, onde estes efeitos se fazem sentir com maior incidência. Não é um problema só nosso, é um problema de todos. É um problema de toda a União Europeia”.

Desafio é garantir que não teremos menos água no futuro do que a que temos hoje

Por sua vez, o deputado do PS Hugo Pires declarou que “o desafio que temos hoje pela frente não é o de ter mais água do que aquela que tínhamos há 15 ou 20 anos, o desafio que hoje temos pela frente é mesmo o de garantir que não teremos menos água no futuro do que a que temos agora”.

Ora, “para isso acontecer temos de gerir muito melhor este recurso indispensável à nossa sobrevivência, quer do lado da procura, quer do lado de quem presta o serviço, ou seja, dos sistemas de abastecimento de água”, disse.

Hugo Pires enumerou, em seguida, alguns métodos eficazes para a gestão da água, como a “adoção de hábitos de poupança de água no consumo doméstico”, uma “mudança de hábitos de consumo de água para fins industriais e para a atividade agrícola”, e ainda uma “mudança de hábitos de consumo por parte das autarquias quando usam a água ‘da companhia’ para a rega de jardins ou limpeza de ruas”.

“Estas mudanças vão exigir aos decisores políticos dos vários níveis de governação, do nacional até às freguesias, medidas efetivas para que se caminhe para um uso mais sustentável da água”, avisou.

O socialista afiançou que o Governo tem sabido gerir os sistemas de abastecimento de água, como o comprova o incentivo à “agregação de vários sistemas, tornando-os mais eficientes e mais sustentáveis”.

“Temos de encontrar novas origens de água, como a dessalinização ou o tratamento das águas residuais tão essencial para o uso eficiente da água, nomeadamente nos territórios mais a sul, como o Alentejo e o Algarve”, concluiu.

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