Durante uma visita ao Bairro Padre Cruz, em Lisboa, local onde estão a ser ultimadas diversas obras lançadas em 2022, pelo anterior executivo do PS do qual fez parte, o líder socialista destacou a importância dos apoios comunitários para a construção de habitação no país, frisando, porém, que a atual situação nacional exige ir mais além.
“O PRR financia esta construção a 100%, mas o Estado português tem de encontrar financiamento para continuarmos este esforço de alargamento do parque público habitacional em Portugal para dar resposta às necessidades não só das famílias que já hoje vivem em situação de indignidade, mas perante todas as famílias que estão também à procura de casa”, defendeu, apontando ser preciso assegurar “a capacidade orçamental” para tal desígnio, uma vez que “são dezenas de milhares de famílias identificadas como vivendo em situação de indignidade”.
Admitindo que o pacote de ajuda de Bruxelas constitui “uma grande ajuda ao dar resposta a 26 mil famílias”, Pedro Nuno Santos avisou que o PRR “tem uma capacidade limitada face àquelas que são as necessidades do país”.
Neste ponto, criticou o executivo de Luís Montenegro por, disse, “ir no sentido errado ao desperdiçar milhares de milhões de euros em receita fiscal que vão ser destinados a quem menos precisa”, reduzindo deste modo “a capacidade de resposta por exemplo na habitação”.
“Qual é a resposta que vai ser dada às dezenas de milhares de famílias que não têm abrangência no PRR e que já todos sabíamos que não teriam?”, questionou Pedro Nuno Santos, lembrando que o PS, no passado, já tinha avisado que o Estado português teria de assumir, no Orçamento, essa responsabilidade para dar continuidade a este esforço.
Censurando a ausência de qualquer resposta por parte do Governo da AD a esta matéria vital para as pessoas, o líder socialista insistiu na necessidade de garantir mais investimento público para o urgente alargamento do parque de habitação pública no país.