PS defende auditoria e exige esclarecimentos de antigos governantes
“Os prejuízos anunciados pelo Novo Banco que ronda os 1.100 milhões de euros são relativos ao ano 2018, mas as razões que explicam estes prejuízos reportam à resolução deficiente que foi operada em 2014 e à venda falhada em 2015”, disse o deputado socialista João Paulo Correia
Depois de enumerar as razões pelas quais defende que os prejuízos recentemente conhecidos reportam a anos anteriores, o deputado exigiu que três pessoas prestem contas ao país: “Pedro Passos Coelho, enquanto ex-primeiro-ministro, Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças, e a ex-ministra da Agricultura e agora Líder do CDS, Assunção Cristas, que mais tarde revelou em entrevista que deu o seu acordo à resolução do BES por email estando na praia”, disse João Paulo Correia.
O deputado apontou que, em 2014, “foi prometido a Portugal a criação de um banco bom porque o que foi apontado é que o Novo Banco seria constituído por ativos isentos de toxicidade financeira e económica”, mas hoje, acrescentou, veio a verificar-se que “não foi verdade”.
“O país precisa de saber que ativos são estes e porque é que esses ativos não ficaram no BES e porque é que foram concebidos estes créditos e quem são os seus beneficiários reais”, defendeu.
Os socialistas também descreveram que, em 2015, o anterior Governo optou por não vender o Novo Banco, considerando que esta decisão se deveu a “razões de agenda eleitoral”.
“Tinha três propostas. Suspendeu a venda porque estávamos a poucos meses das eleições legislativas e o Governo tinha prometido uma saída limpa da ‘troika’ se tivesse, na altura, vendido o Novo Banco tinha de contar ao país o estado em que se encontravam um conjunto de ativos do Novo Banco. Isso iria ser eleitoralmente ainda mais trágico para o Governo da altura”, descreveu João Paulo Correia.
Por fim, o deputado socialista sublinhou que a venda do Novo Banco aconteceu “no limite” porque “era importante encontrar quem injetasse dinheiro no banco”.
“É importante que esta auditoria que foi anunciada se faça. Que essa auditoria verifique como é que cada um dos ativos que se revelam tóxicos e que têm gerado elevadas imparidades não ficou no BES e passaram para o Novo Banco, mas também é importante que se perceba porque é que a venda falhou em 2015 e que os responsáveis da época prestem contas”, concluiu.