PS culpa Governo por espiral recessiva e acusa Passos Coelho de esconder a verdade

“Todos os indicadores económicos e financeiros apontam para que Portugal esteja numa clara e indiscutível espiral recessiva, a par de uma brutal queda na cobrança de impostos”, afirmou o líder parlamentar do PS.

Um cenário que Carlos Zorrinho diz que se consubstancia nas opções das políticas económicas seguidas pelo Governo, “contra as quais o PS tem vindo a alertar”, prevenindo que elas conduzem inevitavelmente, como agora se constata, a uma espiral recessiva.

Infelizmente, salientou ainda o presidente do grupo parlamentar socialista, estamos hoje confrontados com evidentes sinais que nos indicam que essa espiral recessiva já está instalada no país, sendo um dos muitos exemplos, a queda brutal registada na cobrança de impostos no último trimestre, como aliás os mais recentes dados o comprovam, designadamente ao nível do IVA apesar, como recordou, deste imposto ter sofrido um assinalável aumento.

Uma espiral recessiva que está também a acarretar consigo uma preocupante diminuição do consumo privado a par do aumento exponencial do desemprego, “para padrões nunca antes alcançados em Portugal”, um cenário que vem comprovar, disse ainda Carlos Zorrinho, que este Governo está a ir pelo caminho errado da “austeridade pela austeridade”.

Também as negociações entre Passos Coelho e Alberto João Jardim, em relação ao acordo de assistência financeira à Madeira, que visam resgatar uma dívida estimada em 6,5 mil milhões de euros desta região autónoma, mereceram da parte do líder parlamentar socialista uma reação negativa, tendo afirmado que os dois governantes, ao terem mantido o maior secretismo em volta da reunião, demonstraram uma total “falta de transparência” levando-o a afirmar que “estão a esconder a fatura que será paga pelos madeirenses”.

Carlos Zorrinho classificou ainda de “incompreensível” o país mal conhecer os contornos do acordo, lamentando que não tenha sido logo assinado na sequência da reunião havida entre o primeiro-ministro e o líder madeirense na residência oficial de São Bento.

Zorrinho disse ainda não compreender porque é que o primeiro-ministro não quis falar sobre o acordo à saída da reunião, lamentando que o anúncio público tivesse ficado reservado para a próxima sexta-feira, no Funchal, numa conferência de Imprensa, “ e não na Assembleia Legislativa Regional da Madeira”, dando toda a sensação, disse, que se “pretende esconder dos madeirenses a verdadeira dimensão da fatura a pagar”.

Fatura que para Carlos Zorrinho se deve em exclusivo “à incompetência do Governo regional da Madeira, ao seu líder mas também à incapacidade do Governo do país”, acusando Passos Coelho de ser “um dos protagonistas deste filme, juntamente com Alberto João Jardim, mas agora não quer aparecer no filme”.