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PS critica “taticismo sonso” da oposição que alimenta imagem autodepreciativa do país

PS critica “taticismo sonso” da oposição que alimenta imagem autodepreciativa do país

O deputado do PS Rui Lage defendeu hoje que “é altura de arrefecer a exasperação político-mediática que está a alimentar, no país, uma imagem autodepreciativa que não corresponde à nossa realidade” e alertou que a “degradação da linguagem política a que temos assistido diariamente também é um fator de degradação das instituições e da democracia”.

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Rui Lage

“Na mesma altura em que o ecossistema político-mediático se afadigava em especulações sobre um famigerado computador portátil, governantes e parceiros sociais de toda a União Europeia reuniam, no Porto, para debater o futuro do modelo social europeu”, vincou o socialista durante o período das declarações políticas.

De acordo com Rui Lage, mesmo com “as suas variações e desequilíbrios”, não há registo de um modelo como o europeu “que ofereça um tal grau de proteção no trabalho, na doença, na velhice, nas adversidades da vida individual e comunitária”.

Um exemplo destes benefícios foi o “sofrimento provocado pela pandemia”, que “humanizou o projeto europeu”, referiu. “Pudemos então testemunhar um corte com os erros clamorosos cometidos durante a crise de 2008, um corte com a austeridade de má memória”, congratulou-se.

O deputado do PS apelou à justiça de se “realçar o contributo de Portugal e do Governo português para essa mudança”: “A presidência portuguesa do Conselho da União, em 2021, elegeu a sustentabilidade social como prioridade e tutelou a aprovação de um plano de ação para o Pilar dos Direitos Sociais. Há duas semanas, o Fórum Social do Porto teve o seu remate numa carta, subscrita por todos os participantes, que renova os compromissos assumidos na Cimeira Social de 2021. Apela-se aí a uma convergência social ascendente e defende-se uma Europa mais resoluta na hora de enfrentar as desigualdades que persistem ou a erosão das classes médias”.

No entanto, o parlamentar asseverou que “se a União Europeia fez a diferença durante a pandemia, por comparação com outras regiões do mundo, ela não pode ser apenas a tábua de salvação atirada à última da hora”.

PS está aberto a diálogo

Rui Lage comentou em seguida que, “não obstante as vantagens do modelo social europeu, a tensão social é palpável e cresce a inquietação perante o futuro”. “A propósito da habitação, da educação, da saúde, dos serviços públicos, as greves e as manifestações multiplicam-se um pouco por toda a Europa”, disse.

Aqui, o socialista deixou uma crítica ao papel dos partidos da oposição: “Por cá, por demagogia e taticismo sonso, as oposições omitem até ao limite do possível esta realidade europeia e procuram convencer os menos atentos de que esse mal-estar é um traço distintivo do nosso país e que se deve exclusivamente à governação”.

“É bem elucidativo que o Fórum Social do Porto tenha passado à margem da neurose política em que hoje nos consumimos”, notou o parlamentar, que assegurou que as questões debatidas são “centrais”, tratando-se de “um debate que a todos devia implicar”.

“Nesse sentido, o PS está aberto a dialogar e a potenciar convergências. O PS não quer ser a oposição à oposição, mas não se lhe pode assacar uma responsabilidade absoluta, seja lá o que isso for, e conceder aos restantes o privilégio da irresponsabilidade absoluta”, avisou.

Assim, Rui Lage defendeu que “é altura de arrefecer esta exasperação político-mediática que está a alimentar, no país, uma imagem autodepreciativa que não corresponde à nossa realidade e na qual nos andamos a desgastar esterilmente”.

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