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PS critica proposta “faz de conta” do PSD para recuperação do tempo de serviço dos professores

PS critica proposta “faz de conta” do PSD para recuperação do tempo de serviço dos professores

Porfírio Silva criticou hoje a proposta “faz de conta” do PSD relativamente à recuperação total do tempo de serviço congelado aos professores, acusando os sociais-democratas de se limitarem “a estar contra” aquilo que o PS faz.
Porfírio Silva

“A proposta do PSD é ‘nim’, é de ‘faz de conta’. O PSD nada fez, nada propôs para melhorar a carreira dos professores. O PSD limita-se a estar contra aquilo que PS vai conseguindo fazer com prudência, ponderação e sem demagogias”, criticou o deputado, em declarações à agência Lusa.

Na apresentação das suas propostas de alteração em relação ao decreto-lei que recuperou parcialmente o tempo congelado de serviços dos professores, o PSD defendeu hoje que todo o tempo de serviço deve ser devolvido, mas remeteu para o Governo a fixação dos “termos e modo” da recuperação, fazendo-a depender também da situação económica.

Para Porfírio Silva, a proposta social-democrata “não tem em consideração nenhum critério de justiça, considerando todas as carreiras, porque isola a questão da carreira docente, e aquilo que PSD vem dizer sobre a questão da sustentabilidade é: logo se vê.”

“O PS, no que diz respeito a esta questão da carreira dos professores, tem um princípio desde o início que é a seguinte: os professores não podem ser menos bem tratados do que qualquer outro profissional da administração pública”, assinalou, referindo que para tal é preciso respeitar os princípios da equidade entre trabalhadores e da sustentabilidade das finanças públicas.

O deputado socialista acusou ainda o PSD de continuar “um jogo de sombras que não serve nem os professores, nem o país” e lembrou ser o mesmo partido que, enquanto governo, “tirou dezenas de milhares de professores da escola pública” e, durante esta legislatura, “nunca” fez qualquer proposta para melhorar a condição docente.

“O PSD limita-se a estar contra, limita-se a atirar para o Governo e para o futuro e para aquilo que eventualmente venha a ser a economia. O PSD não faz propostas, o PSD veio fazer uma declaração para fazer de conta que tem proposta”, criticou.

O diploma do Governo, que “mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 na carreira docente”, prevê a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço congelado aos docentes, contrariamente aos nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho exigidos pelos sindicatos.

O decreto-lei do Governo, publicado em 15 de março no Diário da República, estabelece que a recuperação do tempo de serviço terá efeitos retroativos, ou seja, começa a ser aplicada em 01 de janeiro deste ano, mas apenas quando o docente sobe de escalão.

Esta solução foi apresentada após mais de um ano de reuniões negociais entre o executivo socialista e os sindicatos de professores, que terminaram em 04 de março sem acordo, já depois de um primeiro veto presidencial.