Na sequência do pacote de medidas de apoio às famílias apresentado pelo Governo República, recorde-se, Miguel Albuquerque admitiu no passado fim de semana ser necessário um orçamento retificativo para acomodar estes custos adicionais, estimados em cerca de 10 milhões de euros. Contudo, em declarações à Antena 1-Madeira, o titular da pasta das Finanças, Rogério Gouveia, veio pôr de parte esta possibilidade, alegando que não há qualquer motivo para tal e que o orçamento regional para 2023 já havia sido construído a contar com um cenário de “alguma pressão inflacionista”.
No entender de Sérgio Gonçalves, as posições distintas assumidas por ambos os governantes são reveladoras da “inconsistência” e do “desnorte” de um Governo Regional que, mais grave do que isso, continua a não implementar as medidas adicionais que se impõem para ajudar os madeirenses a fazerem face ao aumento da inflação e do custo de vida.
O líder socialista insular insiste que, na atual conjuntura, torna-se imperativo que o Governo Regional faça uso dos seus poderes autonómicos para mitigar a perda de poder de compra das famílias.
“Enquanto que o Governo da República, por mais do que uma vez, já adotou medidas para minorar as dificuldades sentidas pelos portugueses – as quais beneficiam também os cidadãos da Madeira e dos Açores – o Governo Regional de Miguel Albuquerque continua impávido e sereno, sem a mínima preocupação de ir mais longe nos apoios aos madeirenses, tendo em conta as particularidades da Região”, refere.
Sérgio Gonçalves faz questão de lembrar que a Madeira é a região com a mais alta taxa de risco de pobreza e exclusão social e com o rendimento médio mais baixo do País, o que deveria motivar uma preocupação acrescida da parte do executivo.
“Lamentavelmente, não é isso que vemos, já que estamos perante um Governo Regional que este ano vai arrecadar uma receita fiscal de mais de mil milhões de euros, que continua a não aplicar o diferencial fiscal de 30% nas taxas do IVA e em todos os escalões do IRS e que aumenta a taxa do imposto sobre os produtos petrolíferos”, remata o presidente do PS/Madeira.