“Se é verdade que, ao longo dos últimos anos, o Parlamento tem cumprido – e bem – o seu papel de escrutínio, é indispensável denunciar a forma demagógica como alguns se têm aproveitado da TAP, da sua história e dos seus trabalhadores”, começou por alertar o socialista.
Desde “dados erróneos, propositadamente disseminados, silêncios e omissões táticas”, Hugo Costa frisou que “tudo valeu, menos a assunção de que desejavam única e exclusivamente a liquidação da companhia, uma decisão claramente contrária ao interesse nacional e que, economicamente, apenas se pode sustentar por mero extremismo ideológico”.
Ora, o coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação mencionou as boas notícias que “não têm adeptos na oposição do ‘quanto pior, melhor’”, como o recorde de receitas que a TAP registará em 2022, “antecipando os resultados que apenas eram esperados em 2025”.
“No que se refere a coerência, ou à falta dela, atente-se que a Iniciativa Liberal, proponente deste debate, simula hoje uma preocupação com os trabalhadores, quando a única solução que preconizava tinha um único caminho: o despedimento de todos esses trabalhadores”, sublinhou o parlamentar.
Para o deputado do PS, “os liberais são lestos a pedir auditorias ao que erradamente chamam de nacionalização, mas nunca se lhes ouviu uma palavra sobre as consequências de uma privatização mal feita, à 25ª hora, de um Governo em gestão”.
Já sobre o PSD, Hugo Costa notou que, em vez de dizer aos portugueses o que faria, “continua entrincheirado na ideia de que as frotas foram colocadas em terra por decreto e não por uma brutal crise pandémica”, disse.
O socialista apontou depois que “a ânsia de continuar a usar a TAP como arma de arremesso político levou a oposição a antecipar debates, ainda antes de serem conhecidas a inspeção da IGF, a auditoria do Tribunal de Contas e, mesmo sabendo que esta casa debaterá e viabilizará uma Comissão Parlamentar de Inquérito, estamos a fazer este debate uma semana antes”.
Hugo Costa concluiu a sua intervenção assegurando que “os portugueses podem contar com o PS para trabalhar, em sede de especialidade, nas dimensões de frota, motorização, combustíveis, ruído e segurança”, porque a dimensão ambiental merece a maior atenção do Partido Socialista.