O Secretário-Geral do PS falava, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa, após ter recebido, ao longo de dois dias, representantes de diversas áreas da saúde.
Começando por recordar que o PSD e o seu líder, e atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, “venderam ao país”, durante a campanha eleitoral, “a ideia de que seria fácil resolver os problemas da saúde”, Pedro Nuno Santos assinalou que “nada disso está a acontecer”.
Pelo contrário, vincou, os problemas só estão a ser agravados, degradando a resposta do SNS, com “vários serviços de urgência encerrados e esperas que chegam a 15 ou 17 horas”.
“As coisas não estão bem e não há vislumbre nenhum de que possam vir a melhorar com as políticas que têm sido adotadas”, criticou.
Pedro Nuno Santos elencou, depois, um conjunto de medidas que têm vindo a ser apresentadas pelo executivo da AD e que apenas têm como objetivo enfraquecer o Serviço Nacional de Saúde e “dirigir para o setor privado as necessidades da nossa população”.
“Medidas como a criação das Unidades de Saúde Familiar de tipo C, que vão servir apenas para o setor privado poder continuar a captar médicos que deveriam ser integrados no SNS, as regras que beneficiam o setor privado na aquisição de equipamentos pesados, por oposição às regras que são impostas aos hospitais públicos, a criação dos centros de atendimento clínico de natureza privada, a possibilidade de os privados escolherem as patologias que vão ser alvo de cirurgia”, enumerou. “Nós achamos que é uma estratégia errada e que a aposta deve ser no fortalecimento do SNS, e não na desistência em relação ao SNS”, concluiu Pedro Nuno Santos.
Foi neste contexto, explicou, que o PS teve a iniciativa de ouvir os profissionais e representantes do setor, recebendo em audiência os Bastonários da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, num conjunto de reuniões que permitiram aprofundar o diálogo sobre os desafios que ameaçam a estabilidade do SNS e identificar pontos concretos que valorizem os profissionais de saúde e que melhorem os cuidados prestados.
“Perante um momento de instabilidade no setor, que tem degradado a resposta do SNS, o Partido Socialista continua focado em colocar os profissionais de saúde e os utentes no centro das soluções políticas”, garantiu o Secretário-Geral do PS.
