Ao falar no encerramento da sessão de apresentação do Manifesto Jovem da Juventude Socialista, sábado passado, em Marvila, Lisboa, Pedro Nuno Santos reiterou a ambição de impulsar Portugal rumo a um futuro no qual “os jovens sintam que têm um país onde podem crescer, sonhar e, sobretudo, ficar”.
“O PS conta com a força desta geração para construir o futuro”, afirmou o Secretário-Geral socialista, alertando para manobras ilusionistas replicadas à direita do espectro político nacional.
“A direita conservadora e liberal tenta convencer os jovens de que podem ser todos como o multimilionário norte-americano Elon Musk, que podem ser todos empresários, que podem ser todos trabalhadores por conta própria”, alertou, desconstruindo uma estratégia utilizada recorrentemente com o objetivo apresentar o Estado como “um obstáculo e não um apoio coletivo às vidas de cada um”.
“É aí que nós temos de os combater”, pontualizou, aproveitando para recordar que, ao longo da sua história, “o PSD sempre usou a classe média para ganhar eleições, mas depois governou sempre para uma minoria”.
“Nunca estiveram, na realidade, preocupados com a maioria dos cidadãos, com a esmagadora maioria dos jovens”, vincou, salientando que se a AD estivesse verdadeiramente preocupada com os jovens, “não tinha mudado o programa Porta 65 [de apoio ao arrendamento], ao transformar dois meses de espera em sete meses de espera”.
Ao apontar a habitação como o paradigma de um setor que esteve entregue ao mercado ao longo das últimas décadas em Portugal, Pedro Nuno Santos alertou para “uma série de ataques aos sistemas económicos liberais”, nos quais estão envolvidos “não só a Iniciativa Liberal, mas também o PSD e o Chega”.
A maior batalha das novas gerações
E insurgindo-se contra um discurso de “endeusamento do mercado”, o líder do PS contrapôs que “todos dependemos uns dos outros”.
“Ninguém depende só de si próprio e esta é a nossa maior batalha, a maior batalha das gerações mais jovens”, defendeu, recebendo uma ovação.
Numa breve avaliação da ação do Governo da AD ainda em funções, o líder do PS explicou que o atual IRS Jovem beneficia sobretudo os jovens com mais elevados rendimentos e pouco aqueles que ganham mil euros brutos por mês, criticando igualmente as alterações feitas em matéria de devolução de propinas, “porque prejudicaram uma maioria de estudantes”.
Deplorou ainda o corte no financiamento destinado à Fundação para a Ciência e Tecnologia, classificando-o como “um erro” do executivo chefiado por Luís Montenegro, dado que “não se consegue modernizar uma economia sem investir na ciência e nas qualificações”.
Jovens socialistas querem revolução tecnológica inclusiva
Antes de Pedro Nuno Santos, a Secretária-Geral da JS, Sofia Pereira, defendeu uma “revolução tecnológica inclusiva”, defendendo que os direitos das mulheres são Direitos Humanos.
“A interrupção voluntária da gravidez é um direito e não um privilégio”, afirmou, num discurso em que deixou aos jovens um apelo para ignorarem “o ruído dos comentadores” e esquecerem “a propaganda”.
“Afinal, quem está mais comprometido com a escola pública, com a defesa do Sistema Nacional de Saúde, com o aumento dos salários e com uma economia mais dinâmica? É Pedro Nuno Santos”, concluiu a candidata número dois da lista do PS pelo círculo do Porto.