Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, a secretária nacional Maria Antónia Almeida Santos afirmou há uma enorme preocupação do país com a situação da saúde, de que é exemplo mais recente o caso do transporte com um helicóptero da Força Aérea de um doente com traumatismo craniano entre Castelo Branco e Coimbra, o que resultou num atraso “grave” de várias horas no atendimento hospitalar.
A dirigente socialista, que falava à margem da primeira reunião do Secretariado Nacional do PS presidida pelo Secretário-Geral, José Luís Carneiro, criticou as “várias desresponsabilizações” dos membros do Governo e o “silêncio ensurdecedor” de Luís Montenegro sobre este caso.
“É preciso dizer alguma coisa ao país e aos portugueses e responder aos políticos que interpelam o primeiro-ministro. O silêncio do senhor primeiro-ministro é incompreensível e inaceitável”, disse.
Comissão de inquérito ao INEM não deve desviar atenções do essencial
Maria Antónia Almeida Santos adiantou também, aos jornalistas, que o PS não se irá opor à criação da comissão de inquérito sobre o INEM, remetendo, contudo, o sentido de voto do partido para o Grupo Parlamentar e avisando este instrumento parlamentar não deve “desviar as atenções do essencial”.
“Com certeza que nós não nos vamos opor, mas não queremos que uma comissão de inquérito desvie as atenções do essencial” e “o essencial”, apontou, é saber qual a posição do primeiro-ministro “um ano depois de ter anunciado planos que falharam”.
Segundo notou Maria Antónia de Almeida Santos, “há questões do INEM e há o concurso do INEM que está em causa”, que é do último ano e “da inteira responsabilidade deste Governo”.
“Nós não nos estamos a desresponsabilizar do que se passou no passado, mas a questão não é o INEM, o funcionamento do INEM neste momento. O que nós queremos saber é quais são os planos, qual a responsabilidade do Governo e, principalmente, perante esta confusão que se instalou, qual é a posição em relação a isto do senhor primeiro-ministro”, disse.
“São casos muito graves que se passam e não se pode criar esta sensação de que não há estruturas que possam, de alguma forma, responder ao socorro emergente e à emergência médica”, concluiu a dirigente socialista.