“O povo votou e o PS ganhou. Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política, desejam estabilidade, com certeza, segurança e um Governo do PS para os próximos quatro anos”, afirmou.
No discurso de vitória, no habitual quartel-general das noites eleitorais socialistas, no Hotel Altis, em Lisboa, perante uma sala repleta de dirigentes, candidatos e muitos militantes e apoiantes, o Secretário-geral do PS sublinhou ser com “muita emoção” que irá assumir a “responsabilidade” que os portugueses lhe confiaram.
“Depois de seis anos no exercício de funções como primeiro-ministro, depois dos últimos dois anos num combate sem precedentes contra uma pandemia, é com muita, muita emoção que assumo esta responsabilidade que os portugueses hoje me confiaram”, disse, sendo acompanhado, em ambiente de grande entusiasmo, por palavras de incentivo de “vitória, vitória”, e “Costa, amigo, o povo está contigo”.
Afirmando ser uma noite “muito especial”, para si e para todos os socialistas, António Costa salientou que a expressão desta vitória “nasceu da vontade dos portugueses” e identificou como “um dos grandes desafios” para a próxima legislatura a reconciliação dos “portugueses com a ideia das maiorias absolutas, e de que estabilidade é bom para a democracia e não uma ameaça para a democracia”.
O líder socialista sublinhou, a este propósito, que durante a campanha eleitoral teve “a oportunidade de ouvir os portugueses” e sabe que deve, por isso, “interpretar esta vitória como um voto de confiança” e “como uma enorme responsabilidade pessoal”.
“Uma maioria absoluta não é poder absoluto, não é governar sozinho, é uma responsabilidade acrescida”, acentuou, garantindo que irá promover os consensos necessários na Assembleia da República, em sede de concertação social com os diferentes parceiros e no conjunto da sociedade portuguesa, prosseguindo, também, “uma relação de cooperação leal e solidária com os órgãos de soberania, designadamente com o Presidente da República”.
Maioria de diálogo e responsabilidade
Neste sentido, o líder socialista anunciou que, depois de indigitado pelo Presidente da República, irá promover reuniões com todos os partidos, com a exceção, que justificou, do Chega, afirmando que a sua maioria “será necessariamente uma maioria de diálogo”.
António Costa referiu que entende que é “dever” do PS, “agora acrescido pela responsabilidade que os todos os portugueses” lhe deram, interpretar o mandato que lhe foi conferido e manter “aberto e ativo” o diálogo com os restantes partidos “ao longo de toda a legislatura”.
“Quando for indigitado pelo senhor Presidente da República, promoverei reuniões com todas as forças políticas, com a exceção daquela que disse que não faz sentido consumir tempo de diálogo”, completou.
“Esta será necessariamente uma maioria de diálogo. Em democracia, ninguém governa sozinho. Nós queremos governar para todas e com todas as portuguesas e portugueses e, naturalmente, com aqueles que os representam na sua pluralidade na Assembleia da República”, frisou António Costa.
Depois, apontando já ao futuro, o líder socialista voltou a sublinhar que o PS se apresentou ao país com um programa e com um Orçamento pronto a ser aprovado.
“Naturalmente vamos ser fiéis ao programa, vamos ser fiéis a todos os compromissos que assumimos até agora, e iremos cumpri-los um a um, designadamente aqueles que constavam do Orçamento do Estado para 2022. Compromissos que eu repetidamente referi durante a campanha eleitoral que iríamos implementar e que iremos implementar”, acrescentou.
No final da sua intervenção, António Costa deixou ainda um sentido agradecimento a todos os militantes socialistas, com uma palavra especial para o diretor da campanha e deputado eleito, Duarte Cordeiro, estendendo a saudação a todos os candidatos que se apresentaram a estas eleições, a todos os que contribuíram para a sua realização e a todos os portugueses que participaram no exercício da democracia.