O montante de 900 milhões de euros “é um investimento sem precedentes em educação”, que chega no “período mais difícil das nossas vidas”, garantiu o socialista, que falava em declarações aos jornalistas.
“O Plano de Recuperação de Aprendizagens é uma aposta decidida e decisiva na confiança nas escolas e nos profissionais de educação. A verdade é que se a escola pública deu uma resposta tão boa, tão forte, tão estruturada, tão esforçada à pandemia, isso deve-se a uma combinação virtuosa por um lado, obviamente, das orientações e dos apoios desenvolvidos pelo Governo e pela administração central, mas, ao mesmo tempo – e componente essencial –, pela autonomia e flexibilidade que as escolas tinham vindo a adquirir nos últimos anos para adaptar a sua resposta e a sua ação ao contexto e às necessidades concretas dos seus alunos”, referiu.
Salientando que o plano “aprofunda a autonomia e flexibilidade de que dispõem as escolas e os profissionais de educação para darem as respostas mais apropriadas”, Porfírio Silva explicou que “não fica apenas nos conteúdos programáticos”, mas aposta também nas “competências sociais, competências emocionais, valoriza de formas diversas – que são melhor para uns ou melhor para outros – quanto às situações de aprender, ensino experimental das ciências, artes, desporto, obviamente leitura, obviamente também a matemática”.
Este plano reforça ainda “a estratégia de adequar as repostas à necessidade dos alunos”, como o “aprofundamento das tutorias, reforço dos planos de desenvolvimento pessoal, social e comunitário”, esclareceu o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, que acrescentou que se aposta igualmente “numa renovação e num aprofundamento da relação entre as escolas e as famílias”.
O dirigente socialista apontou depois uma novidade: “O Qualifica, o programa de educação de adultos, vai ter um vetor para uma colaboração específica com as associações de pais e encarregados de educação”, porque, de acordo com estudos, os “pais mais envolvidos com a aprendizagem reforçam muito o sucesso dos seus filhos”.
É importante valorizar e dar resposta às necessidades das crianças
O Plano de Recuperação de Aprendizagens – que se pode resumir em “sucesso, inclusão e cidadania” – foi preparado “com muita auscultação, quer formal, quer informal”, assegurou o parlamentar, que avançou que vai haver “ainda um momento de auscultação pública formal a algumas entidades”.
Porfírio Silva deixou, por isso, um apelo: “É muito importante que nós saibamos todos, coletivamente, valorizar aquilo que importa e é que nós saibamos dar uma resposta às necessidades das nossas crianças e jovens que atravessaram um período muito difícil das suas vidas”.
Assim, lamentou as declarações da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que “menosprezou aquilo que tem vindo a ser feito” na área da educação, considerando-as “infelizes”.
“A coordenadora do Bloco de Esquerda disse, criticando os 3.300 professores a mais que estão previstos neste plano, criticando os três mil professores do ano passado, que ‘os três mil professores já tinham sido anunciados no início do ano letivo anterior e não chegaram às escolas’”, mencionou. Ora, a verdade é que “esses três mil equivalentes de tempo integral chegaram às escolas no princípio do ano, aliás já lá estavam porque foram colocados na colocação inicial do ano passado”, esclareceu o socialista.
“É inadmissível que continuemos a menosprezar aquilo que se faz e também é inadmissível que tratemos mal as comunidades educativas”, frisou Porfírio Silva, que deixou claro que “as escolas não vão agora começar a preparar-se, as escolas estiveram preparadas desde o primeiro dia”, tendo feito “um trabalho magnífico” apesar de todas as dificuldades.