“O secretário-geral da FENPROF começou hoje o dia com um tipo de discurso que temos ouvido aos populistas, onde os interesses dos profissionais da educação são preteridos para dar passo à estratégia sistemática de ataque ao Partido Socialista”, começou por assinalar Porfírio Silva em reação às críticas de Mário Nogueira, que disse que os deputados do PS que são docentes e votaram contra a recuperação do tempo de serviço dos professores, na passada quarta-feira, deviam “ter vergonha na cara”.
O vice-presidente da bancada socialista explicou, em declarações à Agência Lusa, que o Grupo Parlamentar do PS votou sempre com “respeito pelo programa eleitoral com que se tem apresentado aos eleitores e que tem permitido avanços relevantes na carreira docente”.
“Os candidatos do PS já se apresentaram ao eleitorado em duas eleições legislativas sucessivas, assumindo o seu voto nesta matéria com a mesma orientação do voto desta semana”, lembrou o dirigente socialista, garantindo que, “pela coerência do seu voto ao longo dos anos, não têm de ter vergonha da sua posição”.
O também membro do Secretariado Nacional do PS deixou claro que “os deputados do Partido Socialista não são deputados de uma classe profissional contra outras classes profissionais”. “Tal como estabelece a Constituição da República Portuguesa, os deputados representam todo o país – e, de cada vez que votam na Assembleia da República, votam no entendimento que fazem do interesse do conjunto dos portugueses”, frisou Porfírio Silva, acrescentando que “quem entende a democracia representativa, entende estes princípios fundamentais”.
Corrigindo o que disse “insultuosamente” o secretário-geral da FENPROF, o vice-presidente da bancada socialista sustentou que “os deputados do PS não são alimentados pelo aparelho, são eleitos pelo povo e ao povo prestam contas”.
“As diferenças políticas não justificam o ataque às pessoas dos responsáveis políticos e, portanto, as declarações do secretário-geral da FENPROF são, a todos os títulos, lamentáveis”, vincou.
Porfírio Silva chegou mesmo a dar um conselho a Mário Nogueira: “Seria preferível que o secretário-geral da FENPROF trabalhasse para encontrar soluções para a escola pública, em vez de insistir numa estratégia de confrontação que prejudica os interesses dos próprios docentes, bem como os interesses dos alunos”.