“Foram nove purgas em nove semanas”, notou o coordenador do PS na Comissão de Economia em declarações à comunicação social, uma vez que, para além da demissão ontem na AICEP, “já tínhamos tido o diretor da PSP, o Instituto de Segurança Social, a AMA (Agência para a Modernização Administrativa), a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, os Museus e Monumentos de Portugal EPE, o Património Cultural I.P., o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém”.
Mostrando-se preocupado com o padrão apresentado pelo Governo da AD, Hugo Costa explicou que “o caso da AICEP é diferente”, porque se trata de uma “agência onde temos de garantir confiança aos investidores e garantir confiança aos empresários”. Ora, “tratar a AICEP com partidarite certamente não é a melhor opção”, assegurou.
Salientando que o Conselho de Administração da AICEP foi “dissolvido poucos dias antes de fazer um ano – obviamente para ser mais fácil todo o processo de dissolução” –, o deputado do PS frisou que era uma equipa que apresentava resultados: “As exportações tinham aumentado e o investimento direto estrangeiro também tinha aumentado. O presidente do Conselho de Administração, o Dr. Filipe Santos Costa, é um quadro da AICEP e alguém com muita experiência na empresa”.
“Por isso, não faz para nós sentido uma demissão” num “setor tão decisivo para o nosso crescimento”, comentou o socialista, indicando que pode estar em cima da mesa uma questão de “conveniência partidária”.
Hugo Costa lembrou mesmo que, no passado, o Governo do Partido Socialista manteve na AICEP Miguel Frasquilho, ou seja, “a nomeação que existia do Governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho”. Em 2017, Miguel Frasquilho foi para chairman da TAP e ficou Luís Castro Henriques como presidente da AICEP, “alguém que fazia parte da sua equipa e que também não era próximo do Partido Socialista”, disse.
Mencionando mais uma vez os bons resultados da AICEP nas exportações e no investimento direto estrangeiro, o deputado do PS sublinhou a importância de se perceber quais foram as razões para o ministro da Economia, “que estava desaparecido nestas nove semanas, aparecer publicamente pela primeira vez com uma dissolução do Conselho de Administração”.
“O ministro da Economia não se pode esconder” e terá de responder perante o Parlamento. Por isso, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista “requereu à Comissão de Economia a audição do ministro da Economia para prestar os esclarecimentos necessários sobre este tema”, algo que o PS considera “muito grave”, vincou.