PS apresentou Fórum Mário Soares valorizando o passado com olhos postos no futuro
Este projeto, que culmina em 2023, no 50º aniversário do PS, tem como o objetivo organizar e promover o debate público sobre a relevância e atualidade dos valores e dos princípios que estruturam a ação política do Partido, bem como desenvolver estudos e debates sobre as políticas autárquicas, considerando o património do PS nesta área, as perspetivas de consolidação e inovação em tais políticas e o horizonte das eleições locais de outubro de 2021. Esta iniciativa pretende ainda conduzir um debate público nacional sobre a questão do combate às desigualdades como motor global da ação da esquerda democrática e a forma de fortalecer com esse combate os outros dois grandes valores da liberdade e da solidariedade.
O Fórum Mário Soares irá ser realizado num plano de seis ações calendarizadas, quatro sobre passado e presente do acervo de políticas públicas ao longo dos últimos 50 anos, e duas a perspetivar o futuro.
No eixo relativo ao passado, será organizado e valorizado o arquivo histórico do PS, como repositório e para memória futura das políticas formativas do Portugal Democrático, Moderno e Europeu. Para a concretização deste programa foi celebrado um protocolo de colaboração com a Fundação Mário Soares e a NOVA FCSH.
No primeiro semestre de 2021 será publicada a obra “As conquistas da Democracia e a construção do futuro”, que sistematiza o legado das políticas públicas socialistas e da sua concretização, num balanço dos últimos 50 anos caracterizando as principais mudanças na sociedade desde a criação do PS e o seu contributo para a história do Portugal Democrático.
Também no próximo ano, ficará disponível no portal do PS a “Marca Reformista”, uma linha temporal e temática demonstrativa das principais reformas do PS na estruturação da democracia e do desenvolvimento nacional, identificando e sublinhando esse legado para estimular o PS e a sociedade portuguesa a manter o rumo progressista.
No que diz respeito ao futuro, será lançado um desafio participativo aos jovens denominado “Que Portugal queres?”, através do qual se pretende auscultar as novas gerações sobre economia, emprego, rendimento, justiça social; novas tecnologias, acesso, conhecimento e inteligência artificial; direitos, segurança, liberdades individuais e a sociedade de informação.
Está ainda prevista a realização de quatro debates presenciais descentralizados, com webcasts sobre “O futuro da solidariedade em Portugal e no Mundo”. As conferências, que irão decorrer até ao terceiro trimestre de 2021, irão debater Portugal e a solidariedade na Europa e no Mundo Global; A solidariedade territorial e a democracia local; O papel do Estado no desenvolvimento económico e na solidariedade coletiva; e o socialismo na construção da democracia e da solidariedade cívica.
PS apresentou o ‘Fórum Mário Soares’ valorizando o passado com olhos postos no futuro
O PS não é, como nunca foi ao longo dos seus quase 50 anos, “um partido de modas”, afirmou o Secretário-geral socialista, António Costa, na apresentação do Fórum Mário Soares, uma iniciativa que vai ajudar a fazer uma história do partido e a “refletir sobre as políticas públicas nos próximos anos”.
Na cerimónia de apresentação desta iniciativa socialista, que ontem teve lugar em Lisboa e que contou, entre outras, com as presenças de quatro fundadores do PS, que estiveram ao lado de Mário Soares em 1973: José Neves, Nuno Godinho de Matos, Rodolfo Crespo e Arons de Carvalho, além dos dois filhos do fundador, Isabel e João Soares, o Secretário-geral do PS, depois de recordar o líder histórico do partido, Mário Soares, falou do história e das marcas deixadas pelas políticas socialistas na democracia portuguesa, defendendo que “voltar às raízes” é perceber que um partido político como o PS não pode ser confundido nem misturado com uma qualquer “pop up store” que “abre e fecha” consoante as circunstâncias ou as modas.
Bem pelo contrário, como acrescentou: trata-se de um “património construído” que foi sendo erguido ao longo de perto de cinco décadas e “sedimentado numa cultura de valores” e portador de princípios que são “intemporais”, como a liberdade e a igualdade, valores que para António Costa ninguém deve observar como adquiridos ou “garantidos”, pelo que é hoje necessário, como defendeu, lutar de uma forma substancialmente distinta da que se fazia “há 20 ou 30 anos”, como diferente será também a luta que se travará pela democracia e pela igualdade “daqui a 20 ou 30 anos”.
Para o líder socialista e primeiro-ministro, a crise pandémica da Covid-19, que atinge praticamente hoje todos os países, se alguma coisa de positivo trouxe foi, sem dúvida, mostrar a “importância das ideologias, da esquerda e da direita”. Uma distinção que se afigura pertinente, como referiu, por expor de forma clara a diferença das políticas da esquerda, quando valoriza a construção do Estado social, designadamente consolidando o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social pública, instrumentos sem os quais, segundo António Costa, “seguramente o país não teria sido capaz de responder, como respondeu, aos problemas de saúde e às necessidades das famílias”.