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PS apela à unidade da esquerda para aprovar um bom Orçamento que rejeita a austeridade

PS apela à unidade da esquerda para aprovar um bom Orçamento que rejeita a austeridade

A presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, apelou nesta quinta-feira à unidade da esquerda para aprovar o Orçamento do Estado para 2021, lembrando que o que uniu estas forças políticas em 2015 foi a rejeição da austeridade, mas também advertindo que "negociação não é imposição".

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PS apela à unidade da esquerda para aprovar um bom Orçamento que rejeita a austeridade

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião do Grupo Parlamentar socialista com o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, na Assembleia da República, Ana Catarina Mendes disse que “não surpreende que o presidente do PSD tenha anunciado o voto contra” a proposta de Orçamento, que será votada na generalidade no próximo dia 28 de outubro, invocando os argumentos utilizados pelo presidente deste partido para apelar à unidade da esquerda.

“Rui Rio está contra o aumento do salário mínimo, contra a política de aumento dos rendimentos e das pensões, contra mais proteção social e contra o crescimento do investimento público em cerca de 23%”, afirmou, questionando: “Se fosse a direita a ter a receita para esta crise, seria ou não a da austeridade e do corte?”.

Ora, neste contexto “é então preciso não esquecer que aquilo que uniu a esquerda há cinco anos foi mesmo a rejeição da austeridade”, frisou a líder parlamentar do PS, que considerou que “perante um Orçamento bom, com uma resposta social-democrata de esquerda, a esquerda tem de estar unida”.

“Tenho a confiança que esta proposta de Orçamento continuará a ser trabalhada até ao final de novembro e será aprovada à esquerda”, manifestou, advertindo, contudo, que “uma negociação não é o que eu quero, numa negociação afere-se a possibilidade que existe para que as partes cheguem ao mesmo fim”.

Referindo-se ao comportamento do Bloco de Esquerda neste processo, Ana Catarina Mendes considerou que, quando se coloca o impedimento dos despedimentos como ponto base das negociações, “não se pode estar a falar de razoabilidade”.

“Aliás, a crítica que Rui Rio faz a este Orçamento é por ser de esquerda, com mais despesa social. Portanto, há todas as condições para que prossiga a negociação, mas negociação não é imposição. Negociar é procurar-se equilíbrios”, reiterou.

Ana Catarina Mendes rejeitou ainda as acusações da coordenadora do Bloco de Esquerda em relação a alegados “insultos” neste processo político. “Nunca pautei a minha vida política por insultos”, afirmou, considerando que “às vezes, quando alguém não tem argumentos, diz que os outros estão a insultar”.

“Há isso sim críticas a algumas das propostas e à incapacidade que o Bloco de Esquerda, muitas vezes revela, em reconhecer que houve avanços”, contrapôs a líder parlamentar do PS.