Numa altura em que o processo de vacinação contra a Covid-19 concentra a inoculação nos maiores de 65 anos, “incluindo milhares de idosos com 80 ou mais anos”, a decisão defendida pelo executivo autárquico da direita, de o restringir apenas a um grande centro de vacinação em Lisboa, no Parque das Nações, encerrando todos os restantes, com a exceção do da Ajuda, é não só uma medida contraproducente, como “descura o fator proximidade”, sobretudo numa altura em que se está precisamente a responder à população mais idosa e a “pessoas com maior dificuldade de locomoção”.
Reverter quanto antes esta medida é, para os vereadores do PS da CML, a atitude certa a ser tomada, contestando a tese do presidente da câmara municipal, eleito pela coligação de direita, de que esta decisão vai permitir criar em Lisboa o maior centro de vacinação do país. Um ponto que os eleitos do PS consideram ser despiciendo, lamentando o propósito já anunciado pela autarquia de encerrar nos próximos dias três unidades de vacinação, que os socialistas consideram fundamentais, nomeadamente a que está a funcionar no edifício dos Serviços Sociais da própria CML.
Ao pretender concentrar apenas no Parque das Nações o único grande centro de vacinação, a autarquia, segundo os eleitos socialistas, o que está a decidir na prática é a obrigar os lisboetas mais idosos a fazer “pesadas e morosas” deslocações para serem vacinados, que, em muitos casos, “podem chegar a distâncias até 18 quilómetros”.
Segundo os eleitos socialistas, “não faz qualquer sentido” que a cidade de Lisboa passe dos atuais nove centros de vacinação para apenas dois, precisamente numa altura, como defendem, em que as autoridades de saúde “estão a aumentar o número de grupos-alvo para o reforço da terceira inoculação contra a Covid-19”.
Uma decisão errada, reafirmam, que levou “ao adiamento, entre sete a 10 dias”, da vacinação de milhares de idosos que tinham já data marcada, designadamente dos que estavam agendados, quer para o centro de vacinação do Estádio Universitário, quer para os Serviços Social da edilidade ou, ainda, no Picadeiro Real.
Neste sentido, os vereadores do PS solicitaram ao novo presidente da autarquia que suspenda de imediato a decisão de encerrar unidades de vacinação em funcionamento, designadamente “a da própria autarquia”, no Areeiro, mas também a do Centro Hindu, no Lumiar, uma decisão que em ambos os casos, como garantem, “iria facilitar as deslocações a milhares de lisboetas”.