Francisco César falou aos deputados e aos órgãos do partido, frisando os desafios que a região enfrenta e o papel fundamental do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) como a principal força de combate às adversidades. “Temos pela frente desafios significativos e o Grupo Parlamentar é a primeira força de combate”, afirmou.
O líder socialista criticou a abordagem política de “barricada”, caracterizada por uma dicotomia agressiva de bons contra maus, destacando a necessidade de coragem e cooperação e enfatizou que a prioridade para este novo mandato de liderança é a Educação, vislumbrando Um Novo Futuro para a região.
Francisco César destacou que, embora a preocupação com a Educação não resulte apenas do dano reputacional de estar na cauda dos indicadores sociais e económicos, não se pode ficar alheio, porém, ao facto de os Açores estarem aquém das metas estabelecidas pela União Europeia para 2030. Atualmente, os Açores têm uma taxa de Abandono Escolar Precoce de 21,7%, muito acima da meta de 9%.
O líder dos socialistas açorianos criticou a falta de avanços em projetos de construção de creches e apelou a um reforço significativo do Plano e Orçamento para resolver essas questões. Sobre este assunto, e referindo-se em concreto à recente medida do Chega aprovada no parlamento açoriano, com os votos favoráveis dos partidos da Coligação PSD/CDS/PPM, que discrimina o acesso às creches a filhos de pais desempregados, Francisco César fez um apelo ao Governo Regional para que não implemente medidas que violem o princípio da igualdade. “O Partido Socialista dos Açores, através de todos os seus deputados, não abdicará de utilizar todos os instrumentos legais disponíveis para impedir tal medida”, garantiu.
O presidente do PS/Açores abordou ainda questões cruciais como rendimento, distribuição do rendimento e pobreza. Os dados são alarmantes: “Nos últimos três anos, o risco de pobreza e exclusão social subiu de 21,9% para 26,1%, com 12% dos açorianos em privação material e social severa”, destacou Francisco César, salientando que os Açores apresentam a maior taxa de risco de pobreza entre as regiões nacionais, com 26,1%.
Quanto às áreas de Habitação e Infraestruturas, outra das prioridades da sua liderança, apontou a crise habitacional na região, que apresenta a maior taxa de sobrelotação habitacional e o maior agravamento nesta área em comparação com a média nacional.
No campo da saúde, alertou para os desafios que a Região enfrenta, incluindo a elevada prevalência de consumo de drogas entre os jovens. Criticou também a gestão da companhia aérea SATA, especialmente o fecho das lojas de proximidade, que afeta negativamente os mais velhos e menos familiarizados com novas tecnologias.
O discurso de Francisco César sublinhou a importância de uma política inclusiva e a necessidade de discutir soluções concretas para os desafios dos Açores. “Nós queremos governar para todos e não para alguns”, afirmou, reiterando o compromisso do PS em trabalhar pelo bem-estar de todos os açorianos.
O líder socialista regional concluiu com uma crítica à gestão atual, destacando a necessidade de focar mais nos problemas reais dos Açores e menos em comparações com governos anteriores. “Os Açores sabem que podem contar connosco. O PS deixa aqui a garantia de falar mais sobre os Açores do que sobre o Governo do PSD/CDS/PPM e Chega”, finalizou.
As Jornadas Parlamentares do PS/Açores realizam-se na ilha de Santa Maria, entre os dias 22 e 24 de julho, e serão centradas na coesão territorial e desenvolvimento socioeconómico.