Para o vice-presidente do PS/Açores, que falava à margem da reunião com o presidente do Governo Regional, no âmbito da auscultação aos partidos sobre as antepropostas de Orçamento e de Plano Anual de Investimentos para 2023, as famílias e empresas da Região estão confrontadas com “o aumento das taxas de juro, a escalada de preços das matérias-primas, tudo isto num contexto económico e financeiro muito complexo”, pelo que importa que os documentos que agora se discutem possam responder, devidamente, a essa situação.
“Aliás, em linha e em coerência com aquilo que o Governo Regional conseguiu fazer em vários momentos do passado recente, como é exemplo as medidas excecionais que foram tomadas quando tivemos a crise económico-financeira do início da última década, mas também o trabalho que foi desenvolvido nas medidas de apoio aquando da crise pandémica, é isso que se espera do Governo, que faça uso da sua autonomia e que possa usar estes instrumentos para ajudar as famílias e as empresas açorianas”, referiu.
Mas, associado a este processo, o dirigente socialista defendeu ainda “a necessidade imperiosa” de o executivo regional aplicar de forma rápida e eficaz os fundos estruturais disponíveis, quer no âmbito do Programa Operacional 2030, mas, também, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.
“Recordo que à data, setembro de 2022, ainda não temos o novo sistema de incentivos à atividade empresarial definitivo”, salientou Berto Messias, para considerar haver um conjunto de questões que, pela sua importância para a atividade económica e definição a médio prazo da Região, se encontram atrasadas, sendo por isso fundamental “uma aplicação rápida, eficaz e célere destes fundos estruturais”.
Na ocasião, o vice-presidente do PS/Açores alertou ainda para a necessidade de o Governo Regional se focar nos efetivos problemas da Região, referindo, a esse propósito, que no âmbito da construção do Plano de Investimentos e do Orçamento “o Governo não se deve perder em negociações interpartidárias, cuja principal preocupação seja a sustentabilidade do Governo”.
Questionado quanto à possibilidade de um Plano de Emergência Social, Berto Messias considerou ser esta a primeira vez que um executivo, sendo autónomo, “não vai mais longe daquilo que é feito a nível nacional”, sendo essa a capacidade de resposta que se espera de um Governo Regional.