O presidente do PS/Açores falava após uma audiência com o Representante da República, em Angra do Heroísmo, no âmbito da decisão que este terá de tomar, face aos resultados eleitorais das eleições regionais do passado dia 4 de fevereiro.
Para Vasco Cordeiro, a decisão, em 2020, de ter afastado o partido que obteve a maioria relativa e que ganhou as eleições regionais (PS) da possibilidade de apresentar Governo, coloca “uma acrescida e especial exigência e responsabilidade ao Representante da República”.
Vasco Cordeiro frisou que esta situação que “nós vivemos” é “um comprovativo que a decisão tomada em 2020 não foi a decisão correta”, salientando que “todo o argumento da estabilidade caiu pela base em relação à decisão do Representante da República em 2020” e que o Representante da República está confrontado com o desafio da “coerência a manter” face aos resultados destas eleições de 2024.
Vasco Cordeiro reafirmou a decisão do PS/Açores de votar contra o programa do Governo da coligação PSD/CDS/PPM, uma decisão tomada “pelos órgãos próprios do PS” e anunciada em “devido tempo”, na quinta-feira após as eleições.
O presidente do PS/Açores salientou que “quem fez um acordo com o Chega para, tendo sido derrotado nas eleições de 2020, chegar ao Governo foram os partidos que agora se apresentaram como coligação (PSD/CDS/PPM)” e que “quem durante este tempo de campanha eleitoral afirmou não ter qualquer problema com a extrema-direita foi o líder da coligação”, José Manuel Bolieiro.
“O PS/Açores tornou clara, em tempo devido, a sua posição relativamente aos resultados deste ato eleitoral. A responsabilidade relativamente a esta situação não me parece que recaia sobre o Partido Socialista”, finalizou Vasco Cordeiro.