De acordo com Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do PS/Açores, os dados divulgados pelo Banco de Portugal, e referentes ao segundo trimestre de 2022, revelam que “entre 1 de janeiro de 2021 e 30 de junho de 2022, o Governo Regional fez crescer a dívida da Região em mais de 650 milhões de euros, ou seja, mais de 1,2 milhões de euros ao dia”.
Para o socialista, que falava em conferência de imprensa, esta segunda-feira, em Ponta Delgada, é ainda motivo de preocupação a recente cotação por parte da agência financeira Moody’s que, na última semana, passou a classificação da Região de estável para negativa.
Para o dirigente socialista, esta classificação é motivo de “profunda preocupação e apreensão”, uma vez que, para além de representar um impacto direto na forma como, “quer a Região, quer as demais entidades públicas e privadas regionais são vistas pelos mercados financeiros”, é, também, a primeira vez que os Açores veem a sua classificação passar a negativa, “ao contrário do que acontece com a posição da República e da Madeira”.
A este propósito, Carlos Silva assinala serem falsos os argumentos apresentados pelo Governo e pelos partidos que o compõem e suportam, “de que essa classificação se deve ao passado”, uma vez que isso resulta dos elevados défices e do rápido crescimento da dívida por parte do atual executivo, em 2021 e 2022.
O socialista referiu ainda que se os Governos do Partido Socialista tivessem feito crescer a dívida ao ritmo do atual executivo, “esta teria sido de 10 mil milhões de euros no final de 2020, e não os 2,4 mil milhões registados”.
“Estes factos demonstram bem a gestão rigorosa que foi feita das finanças públicas no passado e que contrasta bem com o descalabro atual”, assegurou.
Para Carlos Silva, e se tivermos em conta as projeções da Moody’s, de que a dívida da Região poderá atingir os 3,3 mil milhões de euros até ao final do ano, este é um dado concreto de que “o problema não resulta do passado, mas sim das opções erradas deste Governo de Coligação, que conta com o aval dos partidos que o suportam”, e que contraria as acusações do secretário regional Duarte Freitas.
“Não deixa de ser curioso que aqueles que estão preocupados com o ritmo de endividamento dos governos do PS, agora, metam a cabeça na areia, fingindo não ver que o ritmo de endividamento deste Governo, que apoiam, é 4 vezes superior”, referiu o socialista.
Na ocasião, Carlos Silva manifestou igualmente a sua preocupação com os consecutivos pagamentos em atraso, quer ao nível de apoios já decididos ou de faturas de fornecedores regionais.
Por tudo isto, o Partido Socialista alerta para os consecutivos sinais de alarme que, num tão curto espaço de tempo, “evidenciam um grave desequilíbrio das finanças públicas regionais”, cujas consequências terão impacto nas famílias e empresas açorianas, “uma vez que ficam privadas de medidas robustas que respondam à situação de emergência social e económica que atravessamos”.