“O Governo Regional do PSD, CDS e PPM, com a cumplicidade do Chega e Iniciativa Liberal, estão a levar os Açores para um beco sem saída: descontrolo evidente e profundo das finanças públicas, incapacidade de realizar o investimento público a que se comprometeu e incapacidade de aproveitar os fundos da União Europeia”, afirmou.
Falando aos jornalistas na sede do partido em Ponta Delgada, o presidente dos socialistas açorianos realçou que a dívida da região aumentou em 501 milhões de euros em 2022, atingindo, “segundo as contas do próprio Governo Regional, o valor recorde de 3.109 milhões de euros”.
Vasco Cordeiro também alertou para o crescimento de 408 milhões de euros da dívida financeira e de 93 milhões de euros da dívida a fornecedores, alertando que o passivo das empresas públicas regionais aumentou 303 milhões de euros, situando-se agora em mais de 2.141 milhões de euros.
“A leitura que estes números impõem é que estamos a assistir a uma progressiva, crescente e cada vez mais evidente degradação da situação das finanças públicas regionais”, declarou.
O líder socialista destacou que a “degradação das finanças públicas” acarreta “consequências práticas que se fazem sentir na economia” da região e na vida das famílias açorianas.
Entre essas consequências, defendeu, está a “recusa” do Governo Regional em “colocar a autonomia ao serviço das pessoas com a criação de apoios regionais para as famílias e para as empresas”.
Vasco Cordeiro, que presidiu ao executivo dos Açores entre 2012 e 2020, também lamentou a “cada vez maior incapacidade de o Governo Regional cumprir com o investimento público a que se comprometeu nos Planos de Investimento”.
“A taxa de execução é historicamente baixa. Fica-se pelos 66%. Isto quer dizer que, por cada 1.000 euros que o Governo disse que ia investir, perto de 340 euros ficaram apenas no papel. Foram apenas promessas porque o Governo Regional não os conseguiu executar”, afirmou.
O também líder parlamentar do PS/Açores sublinhou que dos 117 milhões de euros previstos no Plano para 2022, destinados à “competitividade das empresas” e “modernização” da administração pública, cerca de “73 milhões de euros não saíram do papel”.
O presidente do PS/Açores condenou a “incapacidade crescente do Governo Regional para executar os fundos comunitários à sua disposição”, exemplificando com a taxa de execução no Programa Operacional 2020 no primeiro trimestre do ano, que ficou “bem abaixo da média nacional”, desperdiçando os valores históricos negociados ainda pelo anterior Governo socialista e que, no futuro, “dificilmente os Açores voltarão a ter à sua disposição”.
Vasco Cordeiro também salientou que, dos cerca de 100 milhões de euros que a região já recebeu do Plano de Recuperação e Resiliência, foram executados “apenas” 16,7 milhões, criticando, ainda, o atraso no lançamento de avisos do Programa Açores 2030.
“O risco de a Região perder fundos comunitários que estão à sua disposição porque não consegue executá-los é cada vez maior”, observou.
Perante este cenário, que está a comprometer o presente o futuro dos Açores e dos açorianos, Vasco Cordeiro sustentou que “é necessário arrepiar caminho” nos destinos da Região.
“É urgente e imperativo deixar de governar os Açores apenas a pensar na sobrevivência política nas próximas eleições e fazê-lo a pensar no futuro da nossa terra e do nosso povo. É necessário recuperar a esperança”, concluiu o presidente dos socialistas açorianos.