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PRR prevê investimento de mais de 243 ME na recuperação e salvaguarda do património nacional

PRR prevê investimento de mais de 243 ME na recuperação e salvaguarda do património nacional

Investir na salvaguarda e na defesa do património, significa estar a “preservar a nossa cultura e a nossa identidade”, defendeu ontem o primeiro-ministro, António Costa, na inauguração do novo Museu do Tesouro Real, instalado na ala poente do Palácio da Ajuda, em Lisboa, e que hoje, dia 2 de junho, abriu as portas ao público.

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António Costa

O primeiro-ministro garantiu, na inauguração do novo Museu do Tesouro Real, em Lisboa, que o Governo “desde o primeiro momento” decidira destinar à cultura e à salvaguarda do património uma fatia importante do Plano de Recuperação e Resiliência, cerca de 243 milhões de euros, 60 milhões de euros dos quais aplicados na cidade de Lisboa e os restantes 183 milhões de euros “no conjunto do país”.

Em relação ao investimento no concelho de Lisboa, António Costa lembrou que estão numa fase “muito adiantada” as obras de recuperação e de requalificação da Sé de Lisboa, e as do Mosteiro da Batalha, no distrito de Leiria, como adiantada está igualmente a construção do futuro Museu da Resistência e da Liberdade no Forte de Peniche, a inaugurar nos “50 anos do 25 de Abril de 1974”, reafirmando o primeiro-ministro que investir na proteção da cultura é defender “as marcas da nossa identidade que foi sendo construída ao longo de séculos”.

Com a instalação do novo Museu do Tesouro Real na ala poente, é finalmente colocado um ponto final no longo período de obras e nos “sucessivos projetos que ficaram por concretizar” na recuperação do palácio, “cerca de 226 anos”, acrescentando António Costa que, além deste “marco histórico”, o Palácio da Ajuda ganha a partir de agora uma nova exposição, “património dos portugueses”, e uma forma sublime de o país “homenagear a memória dos Reis e das Rainhas de Portugal que constituíram este tesouro”.

Tal como também salientou o primeiro-ministro, o nascimento deste novo equipamento museológico só foi possível graças “à feliz parceria” encontrada entre a administração central e a local, repetindo aliás, como lembrou António Costa, o exemplo antes sucedido com a cidade do Porto, quando o Estado “confiou a coleção das obras de Miró à Fundação de Serralves” ou, ainda, com Coimbra, quando instalou no Centro de Arte Contemporânea a coleção do falido Banco Português de Negócios (BPN).

Modelo de financiamento

Quanto ao modelo de financiamento, o primeiro-ministro voltou a defender que sem a taxa de turismo, tão contestada por alguns na altura do seu nascimento, só muito dificilmente este e outros projetos teriam visto a luz do dia, lembrando que foram as receitas geradas pelo turismo que permitiram financiar o essencial desta obra, em cerca de 31 milhões de euros, tendo o resto sido suportado pelas receitas da Associação de Turismo de Lisboa e “pelas receitas da taxa de turismo”, para além de cerca de “4,4 milhões de euros provenientes da indemnização do seguro pelo furto de algumas peças desta coleção emprestadas aos Países Baixos”.

De acordo com António Costa, “é absolutamente justo que, quem nos visita, contribua para o enriquecimento do património dos portugueses”, defendendo que, com base “nesta lógica”, a administração central e as autarquias “devem continuar a aprofundar as parcerias” para a proteção do património, apontando como exemplo o dinamismo transmitido pelo programa Revive, que tem neste momento no terreno 23 obras em andamento e mais “dois concursos abertos, num total de 43 concelhos”.

No final da sua intervenção, o primeiro-ministro, que tinha a seu lado o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e os secretários de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, e da Cultura, Isabel Cordeiro, agradeceu não só ao arquiteto João Carlos Santos, que coordenou toda a equipa, mas também ao diretor-geral da Associação de Turismo de Lisboa, Vítor Costa, aos ex-ministros da Cultura Castro Mendes e Graça Fonseca, e aos presidentes da Câmara Municipal de Lisboa, o anterior e o atual, “que permitiram a realização desta obra”.

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