Com a assinatura deste contrato de financiamento, feito no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cuja cerimónia decorreu ontem no município de Nisa, presidida pela ministra da Coesão Territorial, vai ser possível já em 2025 a quem vive do lado português em Alcoutim, no Algarve, passar a pé sobre o rio Guadiana para a vizinha localidade espanhola de Sanlúcar de Guadiana, na Andaluzia, do mesmo modo que os habitantes da freguesia de Montalvão, no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, terão a possibilidade de ter um acesso pedonal sobre o rio Sever a Cedillo, na Extremadura espanhola.
Para Ana Abrunhosa, com a assinatura deste contrato cumpre-se, antes de mais, “um antigo desejo” quer dos habitantes do município algarvio, quer dos do município alentejano, sublinhando a governante que ambas as pontes, orçadas cada uma em nove milhões de euros, são dois projetos que não só “vão aproximar ainda mais os dois países”, como permitir um claro incremento dos “impactos económicos e sociais”.
Plano de Recuperação e Resiliência
Quanto aos prazos de execução das obras, a ministra da Coesão Territorial foi clara ao garantir que serão “escrupulosamente cumpridos”, lembrando a propósito que estão no terreno “equipas dedicadas ao acompanhamento destes projetos”, assumindo que o país não se pode dar a luxo de “desperdiçar esta oportunidade” agora aberta pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.
Os investimentos agora contratualizados têm como o objetivo a construção de duas pontes que vão unir duas localidades portuguesas a duas espanholas, obras que vão ser financiadas, pelo lado português, com 18 milhões de euros e que serão concretizadas pelos municípios de Alcoutim e de Nisa, em estreita colaboração com as comissões de coordenação e desenvolvimento regional do Algarve e do Alentejo, e ainda com a supervisão da Estrutura de Missão Recuperar Portugal.
Dois equipamentos que, de acordo com a ministra Ana Abrunhosa, vão ajudar a “reforçar a cooperação” entre as regiões do Algarve e da Andaluzia e do Alentejo e da Extremadura, dando um impulso ao trabalho desenvolvido no âmbito desta Euro-região que abrange “21% da superfície da Península Ibérica” e onde vivem “mais de três milhões de pessoas, cerca de 6% da população peninsular”.
Como exemplo, a governante destacou o facto de a construção da ponte entre Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana permitir, entre outros progressos, assegurar a ligação entre as redes rodoviárias portuguesa e espanhola e de “reduzir em cerca de 70 quilómetros” a ligação entre uma e outra localidade fronteiriça, sendo que a ponte internacional sobre o rio Sever, por sua vez, como também salientou, “vai beneficiar toda a região do Alentejo e da Extremadura”, permitindo uma redução em cerca de 120 quilómetros na ligação entre Montalvão e Cedillo.