De visita, esta manhã, às obras da Unidade Social da Portela, no concelho de Loures, o primeiro-ministro começou por garantir que com os financiamentos do Plano de Recuperação e Resiliência, da Cruz Vermelha Portuguesa e da Câmara Municipal de Loures, estão abertas as portas para que este projeto de apoio social, com um custo associado de 7,5 milhões de euros, financiado pelo PRR em cerca de 1,6 milhões de euros, possa estar finalizado “até ao final deste ano”, sublinhando a contribuição decisiva que os fundos financeiros do programa comunitário para o “aumento das respostas sociais” em todo o país.
São mais de 800 milhões de euros que o PRR consagra às questões sociais, garantiu o primeiro-ministro, apontando para áreas tão diversas como o apoio à construção de residências para idosos ou de unidades de cuidados integrados.
A este propósito, o primeiro-ministro recorda o apoio que considera decisivo do PRR, para que a construção da nova Unidade Social da Portela possa avançar, estando previsto instalar nesta unidade no “segundo piso de um edifício ainda em construção”, como salientou, “59 utentes em estrutura residencial e 44 em unidades de cuidados continuados”.
São sobretudo os fundos financeiros vindos da União Europeia, disse ainda o primeiro-ministro, entre o programa PARES e o PRR, que vão permitir ao Governo aumentar até ao final da legislatura, em 2026, a sua capacidade de resposta às questões sociais, criando a nível nacional, entre outras iniciativas, como assinalou, um total de “33 mil camas para cuidados sociais”, o que “aumenta em um terço” a atual capacidade nesta valência.
PRR em bom ritmo
Quanto às críticas de que o ritmo da execução do PRR está a ser lento, António Costa recorreu a Fernando Pessoa para lembrar que só na poesia é que “basta Deus crer, o homem sonhar e a obra aparecer”, insistindo que, na vida real, para quem tem realmente de enfrentar e resolver os problemas do dia a dia da governação, “é tudo um pouco mais difícil” e por vezes mais demorado, lembrando que “é necessário que os arquitetos projetem, que as instituições contratem empreiteiros, que este montem os estaleiros, comprem materiais e comecem a executar a obra”.
Antes, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, tinha já referido que existem neste momento, em todo o país, cerca de 665 projetos de investimento social, iniciativas que vão abranger, como assinalou, “perto de 40 mil pessoas”, perfazendo o “maior investimento que algum dia Portugal fez em termos de equipamentos e de respostas sociais”.
Concretamente em relação a esta Unidade Social da Portela, a ministra referiu tratar-se de uma iniciativa que prevê uma empenhada transformação em termos de resposta social, uma vez que dela fará também parte integrante, como assinalou, para além da vertente residencial, “uma componente de apoio domiciliário que cuidará de mais de 300 pessoas”.
Ana Mendes Godinho teve ainda oportunidade para anunciar que, a par deste importante investimento no município de Loures, o Governo está também a lançar, “ainda neste semestre”, dois “novos avisos” no âmbito do PRR, sendo um primeiro sobre investimentos em apoios “domiciliários qualificados”, com “acompanhamento tecnológico e com teleassistência”, e uma segunda iniciativa que visa permitir a possibilidade de se avançar com “pequenas obras de adaptação da casa”, para que as pessoas, como mencionou, “possam envelhecer nas suas casas de forma ativa, ainda que dispondo de acompanhamento domiciliário”.