Depois de o deputado do PSD Hugo Carneiro ter dito, no quarto dia de discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2024, que “quem trabalha não deve ser pobre”, o presidente do Grupo Parlamentar do PS comentou a ironia de tal afirmação ter vindo “de uma bancada que votou contra todos os aumentos do salário mínimo desde 2015”.
“O salário mínimo nacional cresceu de 505 para 820 euros em 2024” sempre com o apoio do Partido Socialista “e, aliás, em muitos momentos, das bancadas à esquerda do PS”, destacou.
Aos que diziam que o aumento do salário mínimo ia aumentar o desemprego, Eurico Brilhante Dias avisou que, chegados ao fim de oito anos de Governo, há “mais um milhão de portugueses empregados”.
Alertando que “há o mínimo de decoro na atividade política”, o líder parlamentar do PS considerou que o PSD está “no limiar do eleitoralismo” quando a sua bancada se dirige “aos portugueses no mês de novembro, em que recebem o subsídio de Natal, para dizer que não quer que o país empobreça quando os pensionistas e os funcionários públicos lá em casa se lembram que foi o PPD/PSD com o CDS que cortou o subsídio de Natal, violando todos os compromissos eleitorais”.
Referindo-se à promessa de Luís Montenegro, no 41º Congresso do PSD, de aumentar as pensões, Eurico Brilhante Dias notou que “as propostas do PPD/PSD não aguentam nem 48 horas”, já que o “líder parlamentar teve de vir desmentir o líder do PPD/PSD”.
No final da sua intervenção, o presidente do Grupo Parlamentar socialista assegurou que a bancada do PS está “muito confiante” com o Orçamento do Estado para 2024: “O salário mínimo nacional aumenta, o salário médio aumenta, as pensões aumentam, o emprego aumenta, ao mesmo tempo que as exportações e o investimento aumentam”. “Bem-vindo à realidade, senhor deputado”, ironizou, dirigindo-se, mais uma vez, ao social-democrata Hugo Carneiro.