Proposta do Governo “protege o país”

Em entrevista ao Diário Económico, José Sócrates afirma que a proposta do Governo “protege o País”. A proposta de Orçamento do Estado para 2011 “protege o País da crise internacional, protege a economia, protege o emprego e protege o modelo social em que queremos viver”, afirmou José Sócrates ao Diário Económico. José Sócrates considera que “este Orçamento é absolutamente necessário” para o futuro de Portugal.

A afirmação do primeiro-ministro tem um destinatário óbvio: o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que se mantém em silêncio sobre o sentido de voto do partido no próximo dia 29, data em que será votado na Assembleia. Sócrates escusa-se a fazer outros comentários sobre o Orçamento, mas, em São Bento, há a convicção de que seria impossível fazer mais cortes orçamentais do lado da despesa sem convulsão social. A proposta de Orçamento prevê uma redução do défice para 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) através da redução da despesa equivalente a 2,2% do PIB, e do aumento de impostos, em1,2% do produto.
Esta posição de princípio dá o mote ao que deverá suceder nas próximas duas semanas. Há espaço para negociação? As declarações públicas de membros do Governo tornam a saída difícil, embora a disponibilidade para o diálogo surja em cada declaração. No entanto, uma fonte governamental afirmou ao Diário Económico que o primeiro-ministro “não é um fanático, está disponível para ouvir as propostas que sejam apresentadas, mas exige que cada um assuma as suas responsabilidades, isto é, a paternidade das propostas”. E recorda um exemplo: “Sócrates nunca apoiou o corte salarial dos agentes políticos, mas aceitou a proposta de Passos Coelho, uma das que viabilizou o PEC II”. Em Maio, recorde-se, o segundo plano de austeridade contemplou, entre outros pontos, o corte salarialde5%nos titulares de cargos políticos.

In Diário Económico