Na ocasião, a candidata do PS escusou-se, à partida, a comentar sondagens eleitorais, que são “apenas estudos preliminares” numa altura em que, sustentou, “o importante é explicar a gravidade destas eleições”.
“Estas eleições são muito especiais e as mais significativas que tivemos nos últimos anos”, afirmou a candidata socialista, insistindo em que na próxima contenda eleitoral à escala da União, “os resultados podem pôr em risco o projeto europeu”.
“Há uma Europa que avança versus uma Europa que retrocede”, disse, visando a relação da AD e de partidos do PPE com a direita extremada e criticando a colagem da direita dita tradicional a posições mais radicalizadas.
Neste aspeto, além dos desafios que se colocam aos europeus com o conflito na Ucrânia, Temido falou da “ameaça de crescimento de forças extremistas no Parlamento Europeu”.
“Não podemos condescender”
À questão colocada pelo moderador do debate, o jornalista Carlos Daniel, sobre as formas de lidar com o avanço da extrema-direita na Europa, Marta Temido respondeu com o caráter “absolutamente essencial” de assegurar o respeito pelos princípios do Estado de Direito, uma missão na qual, frisou, “não podemos condescender”.
Independentemente da aplicação das regras dos Estados-membros, assinalou Marta Temido, “não podemos esquecer que há determinadas forças políticas que tendem a ter maior força no Parlamento Europeu e que defendem um conjunto de ideias que podem pôr em causa alguns princípios que são princípios europeus”.
A este propósito, criticou ainda as recentes declarações da presidente da Comissão Europeia, no âmbito das quais as próximas eleições poderiam ser encaradas como um combate entre forças democráticas e forças próximas de Putin.
Neste ponto, a cabeça de lista do Partido Socialista considerou que Ursula von der Leyen “não sabe de que lado vai ficar em relação a esse combate”, isto porque, criticou, “na convenção do Vox, que aconteceu este fim de semana em Espanha, ficou claro que Von der Leyen admite parcerias com forças políticas de extrema-direita”.
“E isso preocupa-nos imensamente, porque é exatamente isso que está em jogo”, declarou Marta Temido, perante os oponentes da AD, CDU e Chega que participaram neste debate.
Habitação, jovens e migrações
Na discussão em torno dos assuntos sociais, Marta Temido garantiu que estes são “uma prioridade para o PS”, fazendo incidir o foco de atenção, em concreto, na habitação nas políticas comuns para a os jovens.
Referiu, assim, que a habitação é um problema geral dos países europeus, advogando por isso no sentido da criação de “um instrumento específico para apoiar as políticas de habitação pública”, nomeadamente em benefício da juventude.
Já no capítulo relativo às migrações, a candidata do PS voltou a rejeitar as propostas esgrimidas pela direita de fecho das fronteiras europeias, reafirmando políticas de integração à escala da União, numa abordagem humanista desta problemática.