Programa do PS é base da futura governação
José Sócrates admitiu, em entrevista à revista Visão, partir “de espírito aberto” e “sem preconceitos” para todas as possibilidades no diálogo com a oposição sobre o novo Governo, sublinhando, contudo, que a base da futura governação “tem de ser o programa” do PS, vencedor das eleições.
O primeiro-ministro reconheceu que a “situação política mudou” e lembrou que o facto de o PS “ter uma maioria relativa”, “exige capacidade de diálogo reforçado e um espírito de compromisso”: “a isso chama-se um acto amistoso. Estender a mão e procurar o diálogo com os partidos. O que não se pode é dialogar sozinho. É preciso que os outros queiram dialogar”.
José Sócrates frisou que o “País precisa de um Governo para quatro anos”, que garanta “estabilidade política. Isso impõe um espírito de compromisso a todos os partidos, não só ao que ganhou as eleições. Acho que se pode ser oposição sem se usarem os instrumentos políticos que ameaçam a governação”, disse.
Sobre as eleições, avançou que “quem saiu derrotado foram aqueles que acharam que deviam travar essa batalha no campo do ataque pessoal”: “o PSD tem uma escolha estratégica para fazer, porque, ao longo destes anos, perdeu duas eleições com votações abaixo dos 30 por cento e, das duas vezes, escolheu a via do ataque pessoal e do negativismo. Isso merece alguma reflexão pelo PSD”, aconselhou.
José Sócrates destacou ainda como prioridade do próximo Governo “combater e vencer a crise económica” para “colocar Portugal na rota do crescimento e do emprego”.