Programa do Governo para a educação está em fase de consolidação
O deputado do PS Porfírio Silva considerou hoje que o ano letivo abriu “com normalidade”, congratulando o Governo por isso, admitindo, porém, que existem sempre dificuldades. O socialista falava no Parlamento durante o debate de urgência, marcado pelo PCP, sobre o início do ano letivo.
“Não há nenhum ano letivo que se inicie sem dificuldades, queremos sempre melhor, mas sabemos bem distinguir a normalidade que hoje vivemos das trapalhadas que outros promoveram no passado”, declarou, numa alusão ao anterior Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
O Executivo do Partido Socialista vai continuar a trabalhar para melhorar a área da educação, “porque a tarefa é imensa”, garantiu Porfírio Silva, que lembrou que a “pobreza continua a ser o preditor mais nítido de insucesso escolar, e isso não podemos aceitar, razão pela qual temos apostado tanto no reforço da ação social escolar”.
Também é necessário “completar a universalização do pré-escolar aos três anos”, bem como “continuar o caminho de revalorização do ensino profissional e do ensino artístico”, defendeu.
Outro objetivo do Governo é continuar a recuperação da educação e formação de adultos.
“As grandes linhas de força do programa do atual Governo para a educação entram numa fase de consolidação”, congratulou-se.
Porfírio Silva voltou a atacar as anteriores políticas da direita: “Apostámos na centralidade da escola pública, quando outros a queriam supletiva da escola privada”. Agora, acrescentou, “não se tiram turmas à escola pública para inflacionar artificialmente escolas privadas”.
O parlamentar do PS recordou quando o Governo fez “uma mudança na avaliação, acabando com exames que quase nenhum país civilizado tinha”, expandindo os “momentos e os âmbitos de aferição, para precaver as dificuldades a tempo e para revalorizar disciplinas que outros tinham desprezado”. Nessa altura, a direita acusou o Governo de “facilitismo”, o que denota que estes partidos andavam à deriva.
“Quando o Ministério da Educação avançou com as Aprendizagens Essenciais – porque não podemos ficar de braços cruzados face aos programas demasiado extensos que sacrificam a efetividade das aprendizagens – alguns voltaram com o papão do facilitismo, mas hoje compreende-se melhor a importância desse caminho, orientado pelo Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, de que a direita se tinha esquecido, porque nunca chegou a abraçar convictamente a escolaridade obrigatória de 12 anos”, criticou.
PS está a apostar na valorização dos profissionais
Porfírio Silva lembrou os anos de crise que assolaram o país e as marcas que deixaram na área da educação, “de que não recuperamos facilmente”. “Não se consegue apagar o sacrifício e o sofrimento que o desemprego representou”, admitiu, sublinhando os investigadores e cientistas que viram os seus trabalhos interrompidos por falta de financiamento.
“Infelizmente, não temos uma máquina do tempo para refazer o passado”, afirmou o deputado. “O que podemos fazer – e estamos a fazer – é voltar a apostar nos profissionais, na sua valorização, nas suas carreiras, na sua dignificação. Essa é a nossa bússola”, apontou.
Porfírio Silva saudou também todos os professores, educadores, funcionários, técnicos especializados, diretores das escolas, autarcas e famílias pelo “trabalho coletivo, por mais um ano letivo que abre com normalidade”.