“Os centros de investigação estiveram permanentemente mobilizados a fazer testes aos trabalhadores dos lares, o que na prática nos terá permitido evitar cerca de 880 surtos em todos os lares”, afirmou a governante durante a sessão em que se assinalou um ano desde o lançamento da iniciativa, esta segunda-feira, no Instituto da Segurança Social, em Lisboa.
O programa ‘Heróis dos Testes’ resulta da colaboração com 23 centros de investigação em todo o país, que durante o último ano realizaram cerca de 306 mil testes nos lares, além de outros 600 mil testes feitos em colaboração, sobretudo, com as administrações regionais de saúde.
“No total, atinge cerca de 900 mil testes, o que representa cerca de 10% da capacidade nacional de testagem, adiantou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, também presente na cerimónia, acrescentando que estes laboratórios estarão envolvidos nos rastreios a realizar no Ensino Superior.
Durante a sessão, os dois governantes, Ana Mendes Godinho e Manuel Heitor, sublinharam a importância da cooperação entre a ciência e, neste caso particular, a segurança social no combate à pandemia.
“É evidente como esta articulação e cooperação, durante o último ano, foi determinante, tem sido determinante e vai continuar a ser determinante para conseguirmos responder às pessoas da melhor forma, face a um enquadramento tão difícil que temos tido”, afirmou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, sublinhando que a última semana, sem mortes associadas à Covid-19 e com apenas 18 surtos ativos no país também resulta desse esforço.
Para o responsável pela pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o último ano foi exemplo da “capacidade científica, que se adaptou a um movimento solidário para resolver uma causa”, oferecendo “um contributo particularmente relevante”.
Lançado precisamente há um ano, em abril de 2020, o programa ‘Heróis dos Testes’ foi hoje reforçado, através da assinatura de protocolos que vão permitir a realização de testes de diagnóstico à Covid-19 nas estruturas residenciais para idosos até ao final de junho.
“Até ao final de junho temos cerca de mais 90 mil testes a continuarem a ser realizados nos lares”, precisou Ana Mendes Godinho, explicando que, atualmente, a nova estratégia prevê a testagem de 25% dos trabalhadores por semana, para que “ao final de um mês termos todos os trabalhadores testados e conseguimos ter uma leitura por amostragem da situação”.
Além dos acordos assinados, foi também formalizada, através de um protocolo entre os centros de investigação, uma rede de laboratórios científicos para situações de emergência e riscos de saúde pública.
A ministra reiterou, ainda, que a proteção dos mais idosos, designadamente daqueles que residem em lares, continua a ser uma preocupação, independentemente do processo de vacinação contra a Covid-19.
“A nossa preocupação continua a ser proteger as pessoas e é nesse sentido que vamos continuar com esta testagem preventiva, para garantir que mantemos a capacidade de identificar preventivamente situações assintomáticas e evitar surtos”, acrescentou.