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Programa de ajustamento conduziu ao empobrecimento do país

Programa de ajustamento conduziu ao empobrecimento do país

O Secretário-geral do PS alertou que “a economia está longe do nível de crescimento económico necessário para fazer face às taxas de juro a que o país se financia”.

Durante uma intervenção numa conferência organizada pelo “The Economist”, António José Seguro criticou “o nível intolerável de carga fiscal” e deixou um alerta: “Ao longo do dia vão ouvir e já ouviram vários membros do Governo afirmar que o programa de ajustamento foi um sucesso. Não é a minha opinião. O programa não produziu ajustamento sustentável e provocou empobrecimento em Portugal.”

Para o líder do PS, não existe qualquer trajetória sustentável de redução do défice, bem como não houve uma restruturação da economia. “O pouco ajustamento efetuado deve-se a medidas provisórias e a um enorme aumento de impostos”, apontou, dando o exemplo da dívida pública: “Em 2013, a dívida ultrapassou os 129% do PIB, cerca de 25 mil milhões a mais do que o previsto.”

António José Seguro mostrou-se preocupado com o aumento da emigração e sustentou que o país está mais pobre e mais desigual: “Todas estas políticas de austeridade provocaram graves consequências sociais. Mais de 800 mil desempregados, o maior número de inativos da nossa história – 310 mil, mais de 200 mil portugueses que emigraram. Portugal voltou a conhecer um novo período de emigração.”

“Como sair deste pesadelo, desta realidade e desta situação?”, questionou o Secretário-geral do PS, dando uma resposta: “Considero que o país tem de mudar de rumo. Todas as suas estratégias devem ter de passar pela sustentabilidade.”

O líder socialista vincou que, em Portugal, existe “um amplo consenso político e social sobre a necessidade de rigor nas contas públicas e disciplina orçamental, mas que diverge da estratégia económica e financeira deste Governo”. “É crítico criar condições para captar investimento nacional e estrangeiro. É através da criação de trabalho que podemos gerar riqueza. Só criando riqueza e diminuindo desigualdades estaremos em condições de sair desta crise todos juntos sem deixar ninguém para trás”, finalizou.