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Produzir bem não chega: é preciso saber vender o produto Açores

Produzir bem não chega: é preciso saber vender o produto Açores

“O que é que uma Região pequena como a nossa - em termos de população, dimensão territorial, com uma plataforma oceânica muito difícil de explorar e profunda – pode ter para oferecer para o exterior?”. Este foi o repto lançado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, através do deputado Francisco César, no âmbito da conferência sobre “A imagem dos Açores”, ontem realizada no Pico, durante as Jornadas Parlamentares do PS açoriano.
Produzir bem não chega: é preciso saber vender o produto Açores

A reflexão sobre “Exportação e Comercialização de Produtos Açorianos” juntou diversos intervenientes no auditório do Museu dos Baleeiros – Luís Vieira Leal da SDEA, Marco Faria da Curral Atlantis, Raísa Santos da TRIPIX, Jorge Pereira da Verde Atlântico e Terry Costa MiratecArts – e proporcionou um debate bastante participado pela assistência.

Em resposta ao que pode ser exportado pela Região, Francisco César considera que não faltam exemplos – “Turismo, leite, derivados dos lacticínios, vinho, carne, cultura, pesca entre outros, são tudo produtos que os Açores têm para oferecer” – e realça que “todos estes produtos podem ser competitivos num mercado que é global”. No entanto, assinalou, “não é pela quantidade nem pelo preço que os produtos podem ser competitivos”, esclarecendo Francisco César que “a única característica que os produtos dos Açores podem ter para oferecer, que os torna diferentes de todos os outros, está relacionado com a ligação à singularidade de uma Região com especificidades como a nossa”.

Saber vender bem os produtos dos Açores é o grande desafio que deve unir esforços. “Como é que poderemos não só produzir bem, como também saber vender bem?”, questionou o deputado socialista. A estratégia, defendeu, deve passar pela “produção com qualidade, com uma diferenciação que aproveite o melhor que a imagem da nossa Região nos pode dar e com uma estratégia de marketing efetiva, que permita aos mercados consumidores conhecer o nosso produto”. 

Francisco César acrescentou que as empresas açorianas “estão a compreender que a aposta no marketing dos seus produtos é praticamente tão importante como a qualidade destes, pois de nada serve produzir se não se conseguir vender bem”.

“É isto que tem vindo a acontecer aproveitando um conjunto de mecanismos disponibilizados pelo Governo dos Açores que permite aos nossos empresários vender bem os produtos dos Açores”, sublinhou.

Bons resultados no Turismo devem-se à aposta na diferenciação

Ainda durante as jornadas que estão a decorrer na ilha do Pico, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista salientou a importância dos Açores garantirem “a diferenciação do seu produto turístico, associado à natureza e à vivência das ilhas”. A posição foi defendida por Mário Tomé, após a visita à Gruta das Torres e ao empreendimento Baco Corner.

“Este é um empreendimento turístico diferenciador associado à reabilitação das vinhas e que está dentro da paisagem protegida. Isto vem ao encontro da aposta do Governo dos Açores que foi na diferenciação do produto turístico Açores”, afirmou o deputado socialista, acrescentando que “esta aposta está a resultar graças ao Sistema de Incentivos disponíveis e ao empenho dos empresários dos Açores, nomeadamente aos da ilha do Pico”.

Mário Tomé considerou ainda que “os empresários acreditam no futuro do turismo nos Açores e os resultados estão à vista, ao nível do emprego criado e é nesse sentido que devemos caminhar”, ao mesmo tempo que se concretiza a recuperação da paisagem urbanística das ilhas.

Ainda sobre o Alojamento Local, o deputado do PS/Açores sublinhou o crescimento que tem tido no Pico, representando atualmente, em conjunto com o turismo em espaço rural, cerca de “50 por cento do alojamento em nível do turismo”.

“Temos bons indícios de que há uma continuação de investimento, os incentivos existem e os empresários estão sensíveis à aposta contínua num turismo sustentado, que vem ao encontro da nossa natureza, dos nossos valores e das nossas tradições”, concluiu Mário Tomé.